A Barra do futuro: novos modelos de transporte, complexo Imagine e prédios de alto luxo vão mudar o bairro
Daqui a menos de cinco anos, quem entrar na Barra da Tijuca deverá se deparar com um cenário bem diferente do visto hoje. De um lado, trens transportando passageiros em grandes avenidas. De outro, barcas ligando pontos estratégicos da Baixada de Jacarepaguá pelas lagoas. Poucos quilômetros adiante, estará em funcionamento o maior complexo de entretenimento da América Latina, ao qual se chegará depois de passar por uma série de novos condomínios — muitos deles de altíssimo luxo.
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Se tudo correr como previsto, neste prazo o novo sistema de transporte aquaviário, a substituição do BRT pelo VLT, residenciais milionários e o Imagine, megacomplexo de entretenimento no Parque Olímpico, terão alterado a paisagem e provocado mudanças na rotina da região. O progresso é visto com bons olhos, mas especialistas alertam que todo cuidado é pouco numa região onde mobilidade e infraestrutura são temas sempre lembrados.
— As barcas e os corredores vão mudar muito a mobilidade, porque dialogam com um desafio histórico desse espaço. A região ganha muito, desde que os sistemas conversem. É preciso ter essa integração tarifária e física, ou seja, você chegar de barco em uma estação e já ter o VLT passando ao lado — avalia Glaydston Ribeiro, professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ.
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Ex-secretário de Planejamento Urbano do Rio, o arquiteto e urbanista Washington Fajardo sugere que se aproveite o momento para promover uma transformação ainda maior no bairro e alterar seu estilo de vida.
— Os novos modais são positivos; a Barra precisa de um transporte de alta capacidade, e o VLT vai ajudar. E o transporte aquático é muito inovador. Mas o bairro precisa ser repensado do ponto de vista da mobilidade, ter um modelo mais baseado em deslocamentos a pé, em núcleos de 15 minutos, como já estava presente no Plano Lucio Costa. Agora seria possível que a Avenida das Américas, a Ayrton Senna, essas grandes artérias, passassem por uma reforma para ter um desenho urbano que permitisse mais caminhadas e mais uso de bicicletas — avalia.
Modelo de barcas sugerido no edital de licitação do transporte aquaviário na Barra da Tijuca
Divulgação
A economia deverá ser um dos setores mais beneficiados pelas mudanças, que atrairão novos moradores e visitantes. Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), mostra-se otimista com as perspectivas para o setor imobiliário na nova Zona Sudoeste da cidade. No setor de entretenimento, o Imagine, sozinho, deverá movimentar R$ 9,2 bilhões no primeiro ano, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
— Usaremos toda a nossa expertise para construir, em conjunto com os diversos níveis do poder público, uma política que coloca o turismo como a principal vocação desta cidade e do país — disse Roberto Medina, criador do Rock in Rio e idealizador do Imagine, na apresentação do complexo.
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Conexões feitas pelas lagoas
Até outubro de 2026, a formalização do transporte aquaviário nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá deverá ser realidade. Pelas regras da licitação, o consórcio Lagunar Marítimo, escolhido para explorar o serviço, deverá implantar oito linhas, ligando os principais polos residenciais e comerciais da região e integrando-os ao transporte de massa. Mas Carlos Favoretto, diretor da ECP Consultoria e Projetos, uma das empresas do consórcio, afirma que outras linhas serão criadas. O projeto, que está em fase de elaboração do cronograma, oferecerá, segundo ele, um deslocamento rápido e sustentável:
— Estudamos embarcações movidas a bateria elétrica e até por energia solar. As barcas serão menores que as que atravessam a Baía de Guanabara, porém mais modernas e ágeis. Por exemplo: do BarraShopping a Rio das Pedras serão 20 minutos.
Projeto de estação do sistema aquaviário: oito linhas ligarão principais polos residenciais e comerciais
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As barcas terão sistema integrado ao Jaé e ao Bilhete Único Carioca e algumas linhas expressas obrigatórias. Rio das Pedras, por exemplo, terá viagens diretas até Linha Amarela, BarraShopping e Jardim Oceânico.
— A prioridade é trazer moradores da Muzema e de Rio das Pedras para abastecer de forma mais rápida e com menos impacto os modais de massa — destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, à frente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), responsável pela concessão.
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