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No início de sua viagem pela Ásia, Trump supervisiona assinatura de cessar-fogo entre Tailândia e Camboja: 'Passo monumental'

26/10/2025 12:39 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, supervisionou neste domingo a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre a Tailândia e o Camboja, na Malásia, marcando o primeiro dia de sua viagem oficial pela Ásia. O encontro ocorreu durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Kuala Lumpur, e contou com a presença do primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, e do premier cambojano, Hun Manet, que assinaram o pacto sob os olhos do republicano.
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Em frente a uma placa com os dizeres “Promovendo a Paz”, os dois líderes concordaram em remover armas pesadas da fronteira, cooperar na remoção de minas terrestres e garantir a libertação de 18 soldados cambojanos detidos pela Tailândia. O acordo encerra formalmente o conflito de cinco dias ocorrido em julho, considerado o mais grave enfrentamento de fronteira entre os dois países na História.
— Os Estados Unidos terão comércio e cooperação robustos, muitas transações, com ambas as nações, desde que vivam em paz — afirmou Trump durante a cerimônia, atribuindo a si o pacto de trégua, que classificou como um "passo monumental".
O republicano havia ajudado a mediar o fim das hostilidades em julho, alertando os líderes de que a continuidade dos combates poderia comprometer as relações comerciais com Washington. No entanto, analistas indicam que ainda não foi alcançado um amplo acordo final de paz entre os dois países do Sudeste Asiático.
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O premier cambojano, Hun Manet, declarou que o pacto “fornecerá os alicerces para uma paz duradoura”, caso seja plenamente implementado. Já o primeiro-ministro tailandês afirmou que o acordo “reflete nossa vontade de resolver as diferenças pacificamente, com total respeito à soberania e à integridade territorial”.
Desde o início de seu segundo mandato, Trump tem se apresentado como um “pacificador global”. Sua decisão de apoiar os esforços de mediação do primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, rendeu-lhe elogios públicos — Manet chegou a indicá-lo ao Prêmio Nobel da Paz, citando sua “extraordinária capacidade de estadista”.
Também neste domingo, em conversa com jornalistas, Trump disse que também pretende “resolver rapidamente” o conflito entre Afeganistão e Paquistão.
O ministro das Relações Exteriores da Malásia, Mohamad Hasan, que acompanhou as negociações de paz, disse que o novo pacto prevê o estabelecimento de observadores regionais nas zonas de conflito fronteiriças.
— Os dois países devem retirar suas respectivas armas pesadas das áreas relevantes e, em segundo lugar, ambos devem se esforçar para desminar ou remover e destruir as minas colocadas nas fronteiras — afirmou Hasan.
Reuniões e acordos econômicos
Além da mediação do cessar-fogo, o domingo de Trump foi marcado por uma intensa agenda econômica. O presidente americano se reuniu com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que deve "conseguir fechar alguns acordos muito bons para ambos os países".
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Os Estados Unidos também assinaram um novo acordo comercial com a Malásia, que garante acesso americano a minerais essenciais em troca de uma tarifa formalizada de 19% sobre produtos malaios. Washington e o Vietnã, por sua vez, acertaram uma estrutura preliminar para limitar tarifas recíprocas entre zero e 20%.
A chegada de Trump à Malásia ocorre para a cúpula anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático e marca o início de uma viagem que inclui o Japão e a Coreia do Sul. O presidente deve se reunir ainda com o líder chinês, Xi Jinping, e o norte-coreano Kim Jong-un.
Relações com a China e Taiwan
À margem da cúpula, continuam as negociações comerciais entre Pequim e Washington, em meio à guerra tarifária que afeta as duas maiores economias do mundo. O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que houve “bom progresso” nas conversas e que o diálogo abrirá caminho para a reunião entre Trump e Xi no fim da semana.
O Partido Comunista Chinês reforçou recentemente sua intenção de anexar Taiwan como província, enquanto os EUA mantêm apoio militar e político à ilha, embora sem reconhecê-la formalmente como Estado independente.
Questionado sobre possíveis concessões à China, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, negou qualquer mudança de postura.
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— Ninguém está pensando em se afastar de Taiwan em troca de vantagens comerciais — afirmou.
Trump, por sua vez, declarou acreditar que Xi “não quer fazer isso”, em referência a uma invasão da ilha.
— Espero que não façam isso. Vamos ver — completou o presidente americano.
(Com AFP)

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