5 anos de Abel Ferreira no Palmeiras: as soluções do técnico a cada temporada que explicam sua longevidade
No dia em que completa cinco anos de Palmeiras, Abel Ferreira tem um “jogo do ano” pela frente: a partida de volta da semifinal contra a LDU, às 21h30, no Allianz Parque. Se virar o confronto após a derrota por 3 a 0 na ida, o time ganha uma injeção de confiança para fechar 2025 com a sonhada dobradinha de títulos da Libertadores e do Brasileiro. Já um eventual revés gera o temor de que possa ter efeitos negativos no restante de ano.
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Mas se tem algo que o português já mostrou mais de uma vez em sua passagem pelo Palmeiras é justamente a capacidade de reinvenção. Seja pela perda de jogadores (por lesão ou saída), seja por quedas de desempenho individuais, Abel sempre encontrou uma solução. É o segredo de sua longevidade com a camisa alviverde. Abaixo, o GLOBO destrincha o que o treinador fez para manter o alto nível de competitividade ao longo de cinco anos.
2020: Abel mostra suas cartas
Luiz Adriano foi o principal centroavante do Palmeiras na campanha do título da Libertadores de 2020
Guito Moreto
Já no primeiro ano, ele implementou características que o acompanham até hoje. Entre elas, a preferência pelo 4-2-3-1 e a saída em três segurando o lateral direito (no caso, Marcos Rocha). Mas, antes do esquema se consolidar, testou algumas variações, como 4-1-4-1 e 3-6-1.
Abel já mostraria a disposição para dar espaço aos jovens. E nomes como Danilo, Gabriel Menino, Patrick de Paula e Renan se consolidaram.
Foi ele também quem estabeleceu Raphael Veiga como titular do meio-campo. À sua frente, Rony e, principalmente, Luiz Adriano se revezavam. Os títulos da Copa do Brasil e da Libertadores confirmariam o caminho escolhido.
2021:‘Feio’, mas eficiente
Rony se firmou como centroavante do Palmeiras sob o comando de Abel Ferreira
Nelson Almeida/AFP
As derrotas no Mundial e na Recopa deram a Abel a convicção de que, em determinadas partidas, seria preciso montar o time com um zagueiro a mais, o que fez o Palmeiras ganhar fama de retranqueiro.
Mas a mudança se mostrou um acerto. A linha de cinco defensiva permitiu perseguições sem a abertura de clarões atrás. Com a bola, a mudança fez os laterais virarem alas e um dos zagueiros (Luan) teve liberdade para avançar até a área de ataque para dar o passe, o que deu a um dos volantes a possibilidade de se aproximar dos atacantes.
Mas o 4-2-3-1 seguiu sendo o modelo principal. Ao longo da temporada, o time ainda ganhou duas peças importantes. Dudu e Gustavo Scarpa ganharam espaço e viraram titulares, formando com Veiga o trio de meias por trás do centroavante. Foi com eles que o Palmeiras se sagrou tri da Libertadores sobre o Flamengo.
2022: O auge
Gustavo Scarpa, o craque do Palmeiras no Brasileirão.
Gabriel Bastos Mello/Onzex Press e Imagens/Agência O Globo
Como numa trilogia, 2022 pode ser considerado o ápice das ideias lançadas por Abel. O 4-2-3-1 seguiu dominante. E o português, enfim, foi campeão brasileiro.
Individualmente, foram muitos os acertos. Já em sua chegada, Murilo se firmou ao lado de Gómez na zaga. No meio, Scarpa passou a ser usado como meia central devido à lesão de Veiga e fez sua grande temporada no futebol brasileiro, com 29 participações diretas em gols e o prêmio de craque do Brasileirão. O mesmo se pode dizer de Rony, que viveu seu auge como centroavante, com 23 bolas na rede.
2023: A 1ª grande reinvenção
Endrick liderou a reviravolta no Brasileiro de 2023 que terminou com o título do Palmeiras
Cesar Greco/Palmeiras
O quarto ano da era Abel é o primeiro em que o 4-2-3-1 não traz as soluções necessárias. E o técnico não mostrou nenhum problema em abrir mão dele. O esquema funcionou bem até o meio do ano, mas a lesão de Dudu funcionou como ponto de partida para um declínio individual de muitos jogadores e, consequentemente, coletivo.
A reação pode ser personificada em Endrick, que enfim ganhou espaço como titular. Abel adotou de vez os três zagueiros, liberou os alas e descobriu em Breno Lopes a dupla ideal para a joia de 17 anos. Mas o ano também foi de Veiga, que fez sua melhor temporada e se revelou um bom falso 9 na reta final do Brasileiro, conquistado após ver o Botafogo 14 pontos à frente.
2024: O Palmeiras de Estêvão
Estêvão foi a joia da vez no Palmeiras de 2024
Cesar Greco/Palmeiras
O time ainda contou com Endrick no primeiro semestre. Mas sua saída para o Real Madrid foi sentida. E Abel foi obrigado a achar mais uma saída.
Ela veio com Estêvão, que assumiu a ponta direita e virou a liderança técnica formando o novo trio de ataque com Felipe Anderson e Flaco López. O dedo do português também apareceu no novo posicionamento de Veiga, muitas vezes mais recuado.
Mas as mudanças não foram capazes de proporcionar uma nova virada no Brasileiro. E Abel pelo primeiro ano não conquistou um grande título no Brasil.
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