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Veja quem são Jorge Messias e Rodrigo Pacheco, favoritos para a vaga aberta no STF

15/10/2025 18:51 G1 - Política

A vaga para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, tem dois nomes como favoritos nos bastidores de Brasília: o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o senador e ex-presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Eles têm perfis diferentes e são apoiados por correntes distintas da política. A indicação cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois tem que ser aprovada pelo Senado.
O desafio de Lula é escolher um nome por quem sinta confiança dentro do STF — uma vez que a Corte tem sido cada vez mais decisiva na vida nacional — e, ao mesmo tempo, não desagrade ao Congresso e ao mundo jurídico.
Como têm dito interlocutores do presidente, um nome fraco pode queimar pontes entre o Palácio do Planalto e os demais poderes da República, ou até mesmo ser rejeitado no Senado.
A Constituição só manda que o escolhido tenha "notável saber jurídico" e reputação ilibada, além de ter mais de 35 anos e menos de 70.
Conheça detalhes dos perfis:
Jorge Messias
Tornou-se conhecido nacionalmente em 2015, por um episódio que ele não gosta que seja lembrado.
Na ocasião, Messias era subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência da República do governo de Dilma Rousseff.
A então presidente telefonou para seu padrinho político, Lula, que, à época, estava sendo investigado pelo ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (UNião-PR), na Operação Lava Jato.
A conversa foi interceptada por ordem de Moro e divulgada por ele. No áudio, a qualidade da gravação faz parecer que Dilma está chamando Messias de "Bessias". A frase da ex-presidente dizia:
"Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?"
O termo de posse a que ela se referia era para Lula virar ministro da Casa Civil e não ser preso, em caso de decisão de Moro. Lula acabou não tomando posse.
Messias, de 45 anos, é de confiança de Lula e do PT. Fez carreira ligado ao partido e, dentro do governo, é visto como hábil conhecedor das leis e do mundo jurídico.
Conta a seu favor também o fato de ser evangélico, o que poderia dar força para o governo nesse segmento da população, que tende mais à ala conservadora da política.
No entanto, Messias não conta com tanta simpatia dentro do Congresso — especialmente no Senado — nem entre ministros do STF, que preferem um nome mais forte, com mais influência na política.
Rodrigo Pacheco
Político e empresário, construiu sua influência no Senado após comandar a casa entre 2021 e 2024.
Quando ganhou a primeira eleição para presidente do Senado, sucedeu o então ex-presidente Davi Alcolumbre (União-AP), de quem se tornou próximo e de quem contou com o apoio para conquistar votos.
Alcolumbre é novamente o presidente do Congresso e um dos principais cabos partidários de Pacheco para o STF. Além disso, Lula conta com Alcolumbre para ter apoio de setores do União Brasil ao governo, uma vez que não é possível no momento ter o partido inteiro ao seu lado.
Pacheco, de 48 anos, presidiu o Congresso em dois momentos marcantes para a história do país: durante o início e auge da pandemia de Covid-19 e durante as tentativas de golpe de Estado do grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A postura de Pacheco, de não aceitar as investidas negacionistas e golpistas, o colocou em descrédito com bolsonaristas, mas o aproximou de Lula, apesar das diferenças políticas e ideológicas.
Lula quer também apoio do PSD, partido de Pacheco, para as eleições de 2026. Se não der para ser o partido inteiro, que sejam alas. Por isso, o presidente cogitava impulsionar a campanha de Pacheco para o governo de Minas Gerais no ano que vem. A aposentadoria antecipada de Barroso pode mudar os planos.
Pacheco é visto com bons olhos no Senado e no Supremo.

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