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Tribunal dos EUA confirma suspensão do envio da Guarda Nacional para Chicago

16/10/2025 22:34 O Globo - Rio/Política RJ

Um tribunal federal de apelações dos EUA confirmou nesta quinta-feira a suspensão do envio de tropas da Guarda Nacional para a cidade de Chicago, em Illinois, negando um pedido do governo americano, em meio a expansão uma política de repressão praticada nos últimos meses pelo presidente Donald Trump. Os três juízes que assinaram a sentença determinaram que a Casa Branca não declarou que as condições na terceira maior cidade do país justificam o envio de tropas.
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“Mesmo após ter considerado com grande deferência a avaliação das circunstâncias pelo presidente, não vemos provas suficientes de uma rebelião ou risco de rebelião em Illinois”, destacou a decisão. "As ações energéticas, sustentadas e, ocasionais, violentas dos manifestantes em protesto contra as políticas e ações migratórias do governo federal não são específicas, por si sós, um risco de rebelião contra a autoridade do governo.
Illinois e a cidade de Chicago entraram com uma ação judicial para bloquear o envio de tropas, uma medida também tomada pelas autoridades do estado do Oregon para impedir o envio de tropas da Guarda Nacional para Portland.
O estado da Califórnia, também governado por democratas, entrou com uma ação depois que Trump invejou tropas para Los Angeles - no começo do ano - com o objetivo de reprimir manifestações motivadas pela intervenção do governo contra os imigrantes sem documentos.
Em setembro: Governo Trump anuncia início de repressão à imigração em Chicago
Um juiz distrital declarou ilegal o uso extraordinário da Guarda pelo governo americano, mas um corte de apelações permitiu posteriormente que a mobilização continuasse.
Alvos democratas
Em meio a choques entre autoridades migratórias e moradores, Trump autorizou há duas semanas o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, a terceira maior cidade dos Estados Unidos, apesar da oposição de autoridades locais, incluindo o governador do estado de Illinois, cuja capital é Chicago, J.B. Pritzker. Depois, o governador da Califórnia, Gavin Newson, afirmou que Trump ordenou o deslocamento de 300 militares da Guarda Nacional de seu estado para o Oregon, um dia após a juíza federal Karin Immergut bloquear por 14 dias o envio de um destacamento militar desse estado a Portland.
Trump, que falou sobre usar o Exército para uma "guerra interna", vem pressionando pelo envio de tropas da Guarda Nacional para diversas das principais cidades dos EUA, a maioria delas majoritariamente democratas, com o argumento de que são necessárias para combater o crime e protestos contra sua campanha de deportações em massa.
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Apesar de as autoridades locais afirmarem que as mobilizações são em sua maioria pacíficas e que os focos de violências foram facilmente controlados pelas autoridades locais, o presidente americano militarizou em agosto o policiamento na capital, Washington. Em setembro, enviou soldados a Memphis, no estado sulista do Tennessee. Em junho, mandou quase 5 mil integrantes da Guarda Nacional e fuzileiros navais para Los Angeles durante protestos contra a aplicação agressiva da lei de imigração na Califórnia. A maioria das tropas já foi retirada.
Um juiz federal definiu como ilegal o uso dessas tropas para ações de polícia. Mas a decisão foi suspensa enquanto aguarda recurso, e 300 soldados permaneceram destacados no sul da Califórnia. Foram essas tropas que foram enviadas para o Oregon, disse Newsom, enquanto o líder dos EUA, em apresentar provas, escreveu neste domingo que "Portland está em chamas. Há insurgentes por toda parte".
"[Essa decisão] é um abuso de poder de tirar o fôlego", disse o governador da Califórnia em um comunicado. "Não se trata de segurança pública, mas de poder. O comandante-em-chefe está usando as Forças Armadas dos EUA como arma política contra cidadãos americanos. Levaremos essa luta aos tribunais, mas o público não pode ficar em silêncio diante de uma conduta tão imprudente e autoritária do presidente dos Estados Unidos."
Uma pesquisa da CBS publicada no início do mês revelou que uma minoria de americanos, 42%, apoia o envio da Guarda Nacional para as cidades, enquanto 58% se opõem.

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