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Supercomputadores, IA e centros de pesquisa de excelência: como o Rio se prepara para se tornar referência em tecnologia

15/10/2025 07:31 O Globo - Rio/Política RJ

Anunciada no último sábado, a decisão da montadora chinesa BYD de instalar no Aeroporto Internacional Tom Jobim seu centro de testes de carros autônomos (sem motorista) fabricados no Brasil é o exemplo de uma aposta da cidade no futuro que já chegou. O Rio quer se tornar referência no país na atração e desenvolvimento de empresas de tecnologia e serviços ligados à indústria da inteligência artificial. Para isso, a prefeitura está oferecendo redução de ISS (de 5% para 2%) a negócios neste setor que se instalarem na Zona Portuária ou àqueles que comprarem créditos de carbono para compensar suas emissões.
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Em outra frente, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) criou este ano a Unidade Parque Tecnológico (Digitech) em um prédio vizinho ao Sambódromo. Até dezembro a unidade começa a oferecer uma série de cursos para formar mão de obra especializada em programação, segurança cibernética e outras especialidades. Além disso, o governo do estado fechou na segunda-feira uma parceria com a Microsoft para a realização no Rio de cursos também para a formação de especialistas.
— Além do parque tecnológico, vamos investir R$ 22,8 milhões em dois anos para financiar projetos de start-ups. As empresas serão selecionadas por editais a serem lançados a partir de 2026 — anunciou Luiz Cézio Caetano, presidente da Firjan.
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Reprodução
Os principais projetos nesse setor vêm sendo divulgados em eventos sediados na cidade, como o Rio Summit, em abril, e o Rio Innovation Week, em agosto passado.
— O Rio está se consolidando como um polo de ciência, inovação e tecnologia. Com a redução do ISS, a prefeitura dá uma vantagem competitiva em relação a outras cidades. É um passo enorme para atrair negócios e gerar empregos — avaliou o vice-prefeito, Eduardo Cavaliere.
Uma dessas iniciativas é o Rio IA City, implementada para atrair empresas de data centers, instalações que armazenam e processam dados computacionais. Esse é um mercado em expansão por causa da necessidade de maior espaço virtual para reunir as informações geradas por inteligência artificial. De acordo com a prefeitura, o maior da América Latina ficará na Barra Olímpica, em um terreno nas proximidades do Shopping Metropolitano. A empresa Elea Data Centers inicia ainda este ano um plano para a expansão dos serviços. A meta é abrir oito prédios entre 2027 e 2030, que poderão consumir até 1,5 gigawatts de energia. Essa energia seria suficiente para manter os dados de 180 supercomputadores semelhantes ao Santos Dumont, do governo federal, instalado em Petrópolis. A longo prazo, o complexo poderá ser expandido para o consumo para 3,2 gigawatts. Essa tecnologia impõe a necessidade de uma imensa geração de energia.
— A vantagem é que o Rio está pronto para investir em data centers. A cidade está conectada a cabos submarinos de fibra ótica (usado na transmissão das informações) com a Europa e os Estados Unidos. Há oferta abundante de energia elétrica barata e vamos compensar as emissões de carbono, tendo acesso à redução do ISS — diz Alessandro Lombardi, CEO da Elea.
Supercomputador no porto
Outro projeto envolve o Porto Maravalley, inaugurado pela prefeitura no Santo Cristo em 2024 para ser referência nos setores de tecnologia e inovação. O município vai licitar a compra de um supercomputador, num investimento inicial de cerca de R$ 3,5 milhões, a ser instalado no prédio em 2026. O edital exigirá que o software seja da empresa americana Nividia, líder mundial em computação e inteligência artificial. O equipamento começará processando 144 petaflops, o equivalente a 144 quatrilhões de operações por segundo. Mas, com atualizações previstas para 2027 e 2028, essa capacidade chegará a 360 petaflops.
— O objetivo é oferecer esse supercomputador para universidades do Rio de Janeiro desenvolverem projetos inovadores em transporte, saúde e outras áreas estratégicas — disse a secretária municipal de Ciência e Tecnologia, Tatiana Roque.
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O imóvel do Porto Maravalley é compartilhado pelo curso de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa Tech), que está em seu segundo ano no espaço, além de 60 empresas, financiadores universidades e start-ups. Em julho, a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ (Coppe) abriu ali o laboratório Casulo, que presta consultoria para empresas emergentes.
— Existem soluções que podem baratear projetos. A gente trabalha muito com protótipos feitos em impressoras 3D. Criamos, por exemplo, peças que passaram a fazer parte de drone u

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