Secretário de Estado dos EUA defende parceria com Brasil
Em um movimento claro para intensificar a disputa por influência econômica na América Latina, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou neste sábado, 25, que seria "benéfico" para o Brasil escolher Washington como seu principal parceiro comercial, em vez de Pequim.
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A declaração do chefe da diplomacia americana ocorre a menos de 24 horas de um esperado encontro bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, à margem da Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), na Malásia."Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China", afirmou Rubio a jornalistas.O comentário de Rubio sublinha o interesse estratégico dos EUA em reduzir a crescente presença econômica da China no Brasil, que é atualmente o maior parceiro comercial do país sul-americano. A rivalidade entre as duas maiores economias do mundo tem se acirrado, marcada por uma guerra comercial e tarifária.Apesar da disposição em discutir a parceria comercial, o Secretário de Estado ressaltou que a agenda do encontro presidencial incluirá "questões" pendentes. Rubio mencionou que Trump pretende abordar com Lula as tarifas impostas recentemente aos produtos brasileiros e a atuação do Brasil em relação ao "setor digital dos Estados Unidos e indivíduos localizados nos Estados Unidos através de postagens em redes sociais," uma clara referência a controvérsias envolvendo plataformas digitais e decisões judiciais brasileiras.O governo brasileiro, por sua vez, demonstrou otimismo, mas cautela. O presidente Lula afirmou, também neste sábado, estar disposto a dialogar "sem vetos". "Eu trabalho com otimismo para que a gente possa encontrar uma solução. Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e vamos tentar encontrar uma solução," disse o presidente brasileiro.O encontro de cúpula entre Lula e Trump é visto como um passo crucial para desanuviar a relação bilateral e buscar um entendimento sobre as tarifas, que impactam significativamente as exportações brasileiras.
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