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Roubo no Louvre: relatório vazado à imprensa aponta falta de câmeras, abandono e superlotação

20/10/2025 14:10 O Globo - Rio/Política RJ

Um dia após o espetacular roubo das joias da coroa francesa no Museu do Louvre, um relatório do Tribunal de Contas vazado à imprensa revelou importantes falhas de segurança. Paralelamente, o ministro do Interior, Laurent Nuñez, ordenou nesta segunda-feira (20) o reforço da vigilância em todos os museus nacionais.
Nesse relatório preliminar, cuja versão completa deve ser publicada no início de novembro, os chamados “sábios” do Tribunal de Contas apontam atrasos “consideráveis” e “persistentes” na adequação das instalações técnicas do museu mais visitado do mundo. No setor Denon, onde fica a Galeria de Apolo — que abrigava as joias roubadas, mas também a Mona Lisa —, um terço das salas não possui nenhuma câmera de vigilância. No setor Richelieu, três quartos das salas carecem de câmeras.
Em cinco anos, apenas 138 câmeras adicionais foram instaladas no museu. Pouco mais de um terço das salas conta com pelo menos uma câmera, observa o Tribunal de Contas, que também lamenta a falta de vontade da direção do museu. Apesar de um orçamento anual de funcionamento de 323 milhões de euros, “os valores empenhados são de pouca magnitude em relação às necessidades estimadas”, destaca o relatório, mencionando “uma tendência a transformar o início das obras em variável de ajuste orçamentário”.
O Louvre se prepara, de fato, para iniciar obras de até 900 milhões de euros, destinadas a combater a obsolescência do palácio — infiltrações de água, calor sufocante no verão sob a pirâmide — e a superlotação do museu. Com 8,6 milhões de visitantes em 2024, o Louvre voltou a ser o museu mais visitado do mundo. No entanto, muitos especialistas consideram que, mesmo com essas obras faraônicas, os problemas de segurança não foram tratados de forma eficaz.
Diante das críticas sobre o sistema de segurança do Louvre, a presidente da instituição, Laurence des Cars, garantiu que “o projeto Louvre Novo Renascimento, iniciado em janeiro, prevê um reforço da segurança. Ele será o garantidor da preservação e da proteção do que constitui nossa memória e nossa cultura”.
Des Cars, que foi a responsável pela decisão presidencial de lançar o gigantesco projeto de reestruturação da instituição, após repetidos alertas, lembrou que havia solicitado estudos detalhados à prefeitura de polícia para reforçar a segurança.
“As conclusões me foram entregues recentemente e se somarão às medidas já iniciadas”, afirmou Des Cars.
Na manhã desta segunda-feira, o recém-nomeado ministro do Interior e ex-prefeito de Paris, Laurent Nuñez, determinou o reforço da segurança em torno de todos os museus nacionais do país.

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