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Perda de visão repentina sinaliza urgência médica

29/10/2025 19:48 O Globo - Rio/Política RJ

Nem toda alteração visual ocorre de forma progressiva. A perda de visão repentina deve ser tratada como uma urgência médica até que se prove o contrário. Médico do Vilar Hospital de Olhos, integrante da rede Vision One, o oftalmologista Vitor Cortizo da Fonseca explica que o sintoma pode estar ligado a condições oculares graves e de evolução rápida. "A regra de ouro é que a perda de visão repentina seja sempre tratada como urgência. Existem várias causas em que o tempo interfere diretamente na possibilidade de recuperação da visão", afirma o médico.
A alteração pode ter início súbito e ser transitória, com duração de minutos a horas, ou persistente, prolongando-se por dias. De acordo com o oftalmologista, causas vasculares estão entre os fatores mais comuns, como a oclusão de artérias ou veias da retina, que compromete a oxigenação do tecido e prejudica a função visual. Outra situação que exige atenção imediata é o descolamento de retina. "É uma doença muito grave que necessita de tratamento urgente, geralmente cirúrgico. Muitas vezes é antecedido por sintomas como alteração no padrão das moscas volantes e flashes ou clarões na visão periférica", explica.
Casos de hemorragia vítrea — frequente em pessoas com retinopatia diabética — também estão associados à perda visual súbita. O mesmo se aplica ao glaucoma agudo, caracterizado por aumento súbito da pressão intraocular. "Há um embaçamento e uma perda súbita da visão, muitas vezes com dor forte, cefaleia intensa, náuseas e visão de halos ao redor das luzes", descreve Dr. Vitor.
A possibilidade de reversão do quadro depende diretamente da causa e da rapidez no início do tratamento. "Algumas causas oferecem boas chances de recuperação; outras, no entanto, podem provocar danos permanentes. Por isso, a avaliação médica urgente é fundamental para identificar o problema e instaurar o tratamento adequado o quanto antes", reforça.
Mesmo após o episódio inicial, é comum que o paciente precise de acompanhamento prolongado, já que muitas dessas condições exigem monitoramento contínuo. "É necessário evitar novos danos e reduzir o risco de recorrência de perda visual", pontua o oftalmologista.
Segundo o Dr. Vitor, a maneira como o paciente percebe a perda visual pode indicar sua origem. "A descrição de como se deu a perda ajuda bastante. Por exemplo, sombra de aumento progressivo na visão periférica, associada ou não a flashes de luz, costumam indicar descolamento de retina. Quando o paciente relata rajas e traços como se fossem sangue, geralmente é hemorragia vítrea. Já a turvação difusa com halos ao redor das luzes aparece no glaucoma agudo", explica.
Há também quadros mais passageiros, em que a perda visual se reverte espontaneamente. O médico cita o exemplo da enxaqueca, que costuma causar embaçamento e fenômenos visuais seguidos de náuseas, com duração de poucos minutos a horas.

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