Oposição x governo: veja equilíbrio de forças na CPI do Crime Organizado
Veja o equilíbrio de forças entre governo e oposição na CPI do Crime Organizado
A Comissão Parlamentar de Inquérito CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal com o ambiente político marcado pela repercussão da operação realizada pelo governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) nos Complexos da Penha e Alemão. 
O avanço da pauta da segurança pública sobre a agenda nacional é considerada como um ponto sensível para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
🗓️ O colegiado foi criado em junho, mas não havia começado os trabalhos até agora. 
Com a repercussão da operação que terminou com 121 no Rio de Janeiro e a pressão da opinião pública, governo e oposição decidiram escalar senadores de peso para a comissão, que mirará o “modus operandi” de facções como PCC e CV e a atuação de milícias.
Dezenas de corpos são levados por moradores para praça no dia seguinte a operação no Rio
PABLO PORCIUNCULA / AFP
Disputa por comando e alerta no governo
Ainda não há acordo para definir o senador que presidirá a CPI — decisão que será tomada na sessão de instalação. O relator será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que propôs a criação do colegiado.
A  articula para tentar influenciar o resultado e a indefinição pode abrir espaço para um movimento silencioso do grupo, que já conseguiu surpreender o governo ao conquistar o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
O governo gostaria que o comando da CPI ficasse a cargo de Fabiano Contarato (PT-ES) ou de Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. 
Por que o tema ganhou peso?
A operação no Rio, o debate sobre GLO e a narrativa bolsonarista focada em “lei e ordem” reacenderam a disputa pública sobre segurança.
A oposição vê no tema uma ponte com eleitores de centro e pretende usar a CPI para reforçar a imagem de enfrentamento ao crime.
O governo tenta impedir que a agenda seja capturada politicamente e busca dar resposta institucional, com envio do PL Antifacção e articulação com governadores.
Equilíbrio político
A CPI terá 11 titulares e 11 suplentes. Entre os nomes indicados, há quadros experientes e figuras centrais na disputa entre governo e oposição como:
Oposição
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Sergio Moro (União-PR)
Marcos do Val (Podemos-ES)
Magno Malta (PL-ES)
Governo e aliados
Jaques Wagner (PT-BA)
Otto Alencar (PSD-BA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Fabiano Contarato (PT-ES) – suplente
Randolfe Rodrigues (AP) – suplente
O que a CPI vai investigar?
A CPI deve funcionar por 120 dias e pretende apurar:
estrutura e expansão de facções como PCC e CV e de milícias;
fontes de financiamento e lavagem de dinheiro;
domínio territorial e prisional;
conexões regionais e transnacionais;
atuação e possível infiltração no poder público;
apontar mudanças legislativas.
O que dizem os senadores?
Alessandro Vieira afirmou que, se confirmado relator, buscará impedir o uso eleitoral da comissão:
“O foco será técnico. Vamos ouvir especialistas, secretários de segurança, governadores e comunidades atingidas para produzir soluções”, disse.
Randolfe Rodrigues, que é líder do governo no Congresso Nacional, afirma que a oposição quer obter ganhos eleitorais com a CPI.
“A oposição quer um palanque seja onde for”, afirmou.
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