Noite de violência na Zona Norte do Rio tem mulher morta, três suspeitos baleados e cinco fuzis apreendidos
Moradores dos bairros de Costa Barros e da Pavuna, na Zona Norte do Rio, viveram horas de terror entre o final de noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira, com violentos tiroteios entre facções rivais. Uma mulher que foi mantida refém numa casa acabou morta. Um suspeito também morreu. Outros dois foram baleados em confronto com a Polícia Militar e mais dois, presos. Houve apreensão de sete fuzis, uma granada, munição e seis carros. O episódio aconteceu horas antes da reabertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, fechada há cerca de um mês justamente por causa da violência na região.
De acordo com informações de policiais militares, o confronto começou quando bandidos do Complexo do Chapadão, ligados ao Comando Vermelho (CV) e divididos em carros, invadiram o Complexo da Pedreira, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Moradores relataram, em redes sociais, que houve intenso tiroteio, com barulhos de explosões de bombas.
Equipes do 41º BPM (Irajá) foram acionadas para o local, fizeram um cerco e localizaram um carro sem placa na Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira, na Pavuna, bairro vizinho. Quando os PMs estavam no local, criminosos atiraram contra eles e houve confronto. Três suspeitos foram feridos e socorridos ao Hospital municipal Albert Schweitzer — um deles morreu. Outros dois foram presos e encaminhados para a 39ª DP (Pavuna).
Na comunidade da Quitanda, dois bandidos do Comando Vermelho invadiram uma casa e fizeram Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, e parentes reféns. Criminosos rivais metralharam a residência. Marli foi atingida por um disparo na cabeça. Policiais militares foram para o local e negociaram a rendição dos criminosos. Após eles — que estavam com dois fuzis — se entregarem, Marli foi socorrida para o Albert Schweitzer, mas não resistiu. O corpo dela será levado para o Instituto Médico-Legal (IML).
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, o comandante do 41º BPM, tenente-coronel Leandro Maia, citou que a proximidade entre os complexos do Chapadão (CV) e da Pedreira (TCP) facilita a ação dos criminosos. De acordo com ele, o relato sobre o confronto na região chegou ao batalhão por volta de 22h30. O oficial disse que os bandidos que invadiram a residência estavam perdidos.
— Fizemos a negociação. Conseguimos retirar a senhora baleada e o irmão dela, que estava bem — disse ele, que lamentou a morte de Marli.
O tenente-coronel afirmou que, na manhã desta segunda-feira, a situação na região está normalizada, com os ônibus circulando normalmente. Esquipes do batalhão de Irajá seguem reforçando o patrulhamento. Em relação à UPA de Costa Carros, Maia disse que há uma ocupação em frente à unidade, com a participação de um veículo blindado.
O oficial reforçou que operações diárias da PM visam a evitar conflitos como o que começou na noite de domingo:
— A tomada de territórios para eles é importante. Há uma cultura de desordem, de impunidade por parte deles. Eles são soltos e voltam a cometer crimes.
Escolas e unidades de saúde fechadas
Apesar de confirmar a reabertura da UPA de Costa Barros, a Secretaria municipal de Saúde informou que três unidades de Atenção Primária da região onde ocorreu o conflito precisaram suspender o funcionamento para segurança de usuários e profissionais.
Já a Secretaria municipal de Educação afirmou que 22 unidades escolares no Complexo da Pedreira fecharam as portas.
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