New York Times adiciona 460 mil assinantes digitais no terceiro trimestre, maior avanço em cinco anos

A New York Times Company divulgou os lucros do terceiro trimestre que superaram as expectativas dos analistas, à medida que a empresa continua a atrair assinantes com sucesso, oferecendo pacotes que combinam notícias com jogos, receitas culinárias e podcasts.
A editora do jornal informou um lucro de US$ 0,59 por ação na quarta-feira, excluindo alguns itens. Os resultados superaram as estimativas de Wall Street, que previam US$ 0,55 por ação. A receita totalizou US$ 700,8 milhões, em comparação com as expectativas de US$ 691,5 milhões.
Durante um período turbulento para a indústria de mídia — que enfrenta concorrência crescente das empresas de tecnologia e ataques intensificados do governo Trump —, o Times adicionou 460 mil assinantes digitais, em comparação com 230 mil no segundo trimestre. Foi o maior aumento de assinantes digitais desde o quarto trimestre de 2020. A empresa agora possui um total de 12,3 milhões de assinantes, incluindo impressos e digitais, superando as previsões de 12,2 milhões.
As ações do Times subiam 2,4% em Nova York.
“Mesmo em um ambiente em que as ações das grandes empresas de tecnologia estão levando a cada vez menos tráfego para os veículos de imprensa, vemos uma demanda grande e persistente pelo que fazemos”, disse a diretora-executiva Meredith Kopit Levien durante a teleconferência de resultados nesta quarta-feira.
Segundo ela, o Times tem investido na expansão da cobertura em vídeo e no uso de inteligência artificial para melhorar os resultados de busca, aumentar a personalização para os assinantes e automatizar a narração em áudio das matérias.
Ultimamente, o Times tem experimentado diferentes formas de empacotar assinaturas digitais. Em setembro, a editora lançou uma nova oferta voltada para famílias, que permite que até quatro pessoas criem contas individuais dentro do mesmo plano.
Os clientes de múltiplos produtos e pacotes representaram 51% da base de assinantes no trimestre, informou o Times, em comparação com 46% há um ano. A receita de publicidade atingiu US$ 132,3 milhões, superando as estimativas de US$ 123,3 milhões.
O aumento de assinantes ocorreu em um período de turbulência no rival histórico do Times, o Washington Post. No último ano, Jeff Bezos, o bilionário proprietário do Post, implementou uma série de mudanças nas páginas de opinião do jornal que, em alguns momentos, desagradaram os leitores.
No outono de 2024 nos EUA, após o jornal anunciar que não apoiaria mais candidatos presidenciais, cerca de 200 mil assinantes — ou 8% do total na época — cancelaram suas assinaturas, segundo a National Public Radio (NPR).
O Times prevê que sua receita com assinaturas aumente de 8% a 10% no quarto trimestre.
A empresa está “bem posicionada para atingir suas metas de longo prazo de 15 milhões de assinantes e crescimento anual ajustado do lucro entre 9% e 12% até 2027”, observou a Bloomberg Intelligence.

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