MS propõe complexo para regular leitos e evitar remoção errada de pacientes
A SES (Secretaria Estadual de Saúde) propôs um projeto de regionalização e integração das centrais de regulação de urgência para leitos. A proposta foi apresentada nesta sexta-feira (24), durante audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande. Atualmente, Campo Grande é gestão plena e é quem regula os leitos de Mato Grosso do Sul. A ideia é compartilhar o acesso, evitando encaminhamentos desnecessários de pacientes entre os municípios do Estado. O chefe do Pronto-Socorro da Santa Casa, Rodrigo Quadros, foi quem apresentou a proposta feita entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. “Quando se pede a vaga, às vezes esse pedido está no lugar errado e a gente precisa colocar uma organização adequada”, explicou. O novo modelo propõe uma integração efetiva entre as centrais municipais e a central estadual de regulação, promovendo um fluxo de comunicação mais ágil, transparente e regionalizado. “O Estado não vai regular Campo Grande; o Estado vai compartilhar estratégias para evitar o encaminhamento de pacientes de forma desnecessária. A nossa ideia é facilitar o acesso às informações entre as centrais, criando um fluxo de aproximação física, estimulando a regionalização e otimizando os recursos”, completou. Atualmente, muitos pedidos de vagas seguem um fluxo ineficiente: o hospital de uma cidade solicita vaga à Central de Regulação de Campo Grande, que, por sua vez, regula a Santa Casa, desviando o foco da Capital, que deveria priorizar seus próprios munícipes. Com o novo projeto, o objetivo é que cada cidade solicite vagas diretamente à central estadual de regulação, que terá uma visão ampla das vagas disponíveis em todo o Estado, encaminhando os pacientes para o local mais adequado. A planta apresentada mostra dois postos de regulação em um só local. O posto 1 será destinado à Central de Regulação de Campo Grande, onde continuarão atuando os profissionais reguladores do município. A principal mudança está no ambiente: mais amplo, com quatro grandes monitores exibindo, em tempo real, a situação da rede de saúde, como a lotação das unidades, tanto da Capital quanto de todo o Estado. Já o posto 2 abrigará os médicos da Central Estadual. Os médicos especialistas também terão um espaço. “Estaríamos aplicando o conceito de complexo regulador, ou seja, não são só duas centrais que estão formadas, mas, sim, duas centrais que trabalham de forma independente, mas que estão vendo o que está acontecendo como um todo”, pontuou Quadros. O secretário de Saúde do Estado, Maurício Simões, explicou que, para fazer essa reformulação, começou a investigar as principais causas de encaminhamento de pacientes para a Capital: atendimentos de apendicite e pneumonia domiciliar. “As primeiras investigações buscaram identificar qual era o CID (Classificação Internacional de Doenças) que mais levava pacientes a migrar para a Capital em busca de atendimento: apendicite e pneumonia domiciliar, tratamento clínico que se quer exige internação hospitalar”, comentou. Ainda de acordo com ele, o objetivo é melhorar esses encaminhamentos. “A superlotação ocorre principalmente nos hospitais de maior complexidade. Nós temos inúmeros leitos ociosos em todo o Estado, de menor complexidade. A intenção é ajustar esse fluxo para melhorar a trajetória do paciente, aproveitando esses leitos ociosos para gerar vagas para pacientes não críticos que, muitas vezes, estão em um hospital de alta complexidade por erro de regulação”, ressaltou. Também estiveram presentes representantes do Hospital do Câncer, São Julião, Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Hospital Regional, Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Conselho Municipal de Saúde, entre outros. O proponente da audiência pública foi o vereador Victor Rocha, presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis. Ele lembrou que a Santa Casa é a principal porta de entrada dos pacientes; o Hospital Regional é regulado pelo Estado, enquanto o Hospital Universitário deixou a rede de urgência. “Já se sabe que a regulação compartilhada está funcionando em Corumbá, Três Lagoas e Dourados. Se a saúde de Campo Grande vai bem, a saúde do Estado vai bem. É muito importante que a Câmara seja protagonista dessa união e que a gente saia daqui com uma regulação capaz de ampliar o acesso dos usuários”, finalizou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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