Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Meus Romances

24/10/2025 11:00 Imirante - Política

<p><a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://josesarney.org/"><strong>Visite a página de Sarney</strong></a></p><p>Não é de bom-tom tratar de assuntos pessoais em nossas colunas de jornal. Mas não resisto à tentação de abordar o relançamento de três romances meus em São Paulo hoje, 23 de outubro, quando escrevo esta coluna, editados pela Ciranda Cultural, com o selo Principis. Eles, os editores, tiveram um carinho especial com esta publicação, a começar pelas belas capas temáticas criadas para <i>O dono do mar</i>, <i>Saraminda</i> e <i>A duquesa vale uma missa</i>.</p><p>É que neste relançamento o objetivo é atingir um público que ainda não conhece este meu outro lado, a minha atividade literária. A minha vida sempre teve duas vertentes, a da política e a da literatura, sem que uma invadisse o campo da outra. Embora minha presença na vida nacional tenha sido marcada pela política, não passou um só dia que eu não tivesse um convite de noivado para a literatura. Foi assim que eu consegui, pela graça do destino e de Deus, na política, chegar a Presidente da República e, na literatura, a membro da Academia Brasileira de Letras, para a qual fui eleito em 1980, sendo hoje o decano daquela Casa, onde entrei nos braços de meus livros de poesia e de contos: <i>Canção Inicial </i>(1954), <i>Maribondos de fogo</i> (1978) e o de contos, <i>Norte das águas</i>, publicado em 1969. Depois veio o <i>Saudades mortas</i>.</p><p>Na poesia, fui considerado como um poeta que atingiu o "domínio completo da melodia poética", e o português João Gaspar Simões — o crítico que apresentou Fernando Pessoa em 1927 — observou no meu <i>Maribondos de fogos</i> a poética genuinamente brasileira, um eu lírico "que os poetas brasileiros, agora, mais do que nunca, estão, finalmente, a fazer seu e bem seu."</p><p>Sobre o meu livro de contos, <i>Norte das águas</i>, alegraram-me as palavras de Léo Gilson, ao dizer que mostrei "um pedaço mais ameno e mais doce do Nordeste que é o Maranhão."</p><p>O romance <i>O dono do mar</i> já foi traduzido em doze línguas, sendo recebido, pela crítica nacional e estrangeira, com grande generosidade. É de Heitor Cony, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Domício Proença, Léo Gilson Ribeiro, grandes escritores e críticos de literatura de nosso país e de notáveis escritores internacionais, como Alain Peyrefitte, autor do <i>best-seller</i> consagrado <i>Quando a China se levantar, o mundo tremerá</i>; Maurice Druon, autor de dois livros marcantes <i>O Menino do dedo verde</i> e <i>Os reis malditos</i>, que disse ser <i>O dono do mar</i> "uma saga sem precedentes na literatura latino-americana"; e Levy Strauss, o grande antropólogo e maior intelectual da Europa do século XX, que disse tratar-se de "obra monumental". Este livro entrou na Coleção da Gallimard de literatura f<i>olio</i>, a maior da Europa, com 2.800 títulos. Dos brasileiros, nela figuram Machado de Assis, Jorge Amado e Guimarães Rosa.</p><p>Quando, em 2018, foi editada a minha bibliografia geral e fortuna crítica, foram arrolados 120 títulos. Fiquei surpreso. Nem eu avaliava tantas publicações, com 168 edições, porque muitas das publicações tiveram muitas edições.</p><p>Devo confessar que esta vocação de escritor muito me envaidece, porque, como teria dito Napoleão Bonaparte, a política é um destino, ele ocorre circunstancialmente na vida, diferentemente da literatura, que é uma vocação, nasce das qualidades que nos governarão o viver. Não ocorre: nasce. E aguarda uma atitude nossa em resposta a esse chamamento.</p><p>Assim, hoje, estaremos na livraria do Shopping Iguatemi autografando livros, revendo amigos e surpreendendo jovens: o velho Sarney feliz, como se estivesse iniciando seus livros, romances de histórias que inventou de pescadores, de garimpeiros e de apaixonados por mulheres retratadas na história dos reinados de França, como no <i>A duquesa vale uma missa</i>.</p><p>Com <i>O dono do mar</i> acredito ter realizado uma obra de começo, meio e fim — assim foi apontado pela crítica de muitos países em que foi editado. Já em <i>Saraminda</i>, construí um personagem que domina e fica. Heitor Cony disse que na literatura brasileira tínhamos agora três mulheres: Capitu, Iracema e Saraminda. É exagero, mas dá vaidade.</p><p>Em Brasília, também relançaremos esses romances, no dia 11 de novembro, no Salão Negro do Senado Federal. Em seguida, será a vez de São Luís, no dia 5 de dezembro.</p><p>E aqui fic

Fonte original: abrir