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Ibovespa renova recorde com corte de juros nos EUA

29/10/2025 20:00 O Globo - Rio/Política RJ

O Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta, estendendo seu recorde de fechamento pelo terceiro dia consecutivo. O principal índice da Bolsa encerrou acima dos 148 mil pontos, após chegar a superar os 149 mil pela primeira vez na história durante as negociações. É o 16º recorde nominal da Bolsa em 2025.
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O índice já vinha batendo recordes nos últimos dias diante de uma perspectiva positiva sobre o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, que se reúnem amanhã e podem definir um novo acordo comercial, e pela perspectiva do corte do juro americano, ratificado hoje pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
— É uma continuidade do que vem sendo observado nos últimos dias. E tem também leitura de balanços corporativos — diz Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, se referindo à temporada de resultados do terceiro trimestre, que volta a apresentar números bons.
Segundo ele, a Bolsa brasileira se aproveita de bons ventos vindos do exterior, diante da desvalorização do dólar (que já se aproxima de 10% frente a moedas fortes, medido pelo índice DXY) e pelos chamados múltiplos descontados, a avaliação de que as empresas estão com preço aquém do valor que realmente deveriam estar, o que atrai o investidor estrangeiro.
— É uma pragmática do investidor global. É uma bolsa descontada e com boa perspectiva de retorno em dividendos, com preços baratos e condições de ganhar boa remuneração — diz França.
Para Gustavo Bertotti, gestor da renda variável da Fami Capital, a aproximação do encontro entre Trump e Xi, que acontece na virada desta quarta para quinta-feira, além do início das negociações comerciais dos EUA com Brasil, também ajudam a elevar o índice:
— Vemos melhora do mercado para ativos de risco com as conversas não só em relação ao Brasil, mas principalmente em relação a China, principal alvo dos EUA, com um clima mais ameno sobre isso, em cima do diálogo — diz ele, afirmando que grande parte do fluxo da Bolsa vem do capital estrangeiro.
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Em relatório recente do Santander, a Bolsa negocia a um múltiplo de 8,3 vezes, o que significa que, em pouco mais de oito anos, o investidor conseguiria, com os lucros das empresas, obter o retorno do seu investimento inicial. A média histórica da Bolsa brasileira é de 11 vezes.
O ritmo, no entanto, perdeu fôlego após declarações do presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, não confirmar um novo corte no juro em dezembro:
— O equilíbrio de riscos mudou. A redução de juros em dezembro não é certa. A política monetária não é pré-determinada. As opiniões divergentes sobre como se proceder na próxima reunião continuam — disse Powell. Imediatamente após a declaração, as Bolsas de Nova York, que operavam em alta, viraram para o negativo. O rendimento das Treasuries, os títulos do Tesouro americano, subiram, enquanto o dólar no Brasil, que operava em baixa e chegou a valer R$ 5,34, beirou a estabilidade.
A moeda americana encerrou o dia em ligeira baixa, de 0,03%, valendo R$ 5,35.
— Ele (Powel) falou muito sobre os riscos de desaceleração, que não estão muito claros. O mercado de trabalho não tem sinais tão claros. A discordância não foi sobre decisão ou momento atual, mas sim sobre perspectivas dos próximos passos. E a falta de dados balizou essa incerteza sobre o futuro da economia americana — disse Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, sobre a leitura do discurso de Powell, que reverteu os ganhos do real por aqui.
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