EUA classificam negociações com a China como 'muito construtivas'
Representantes dos Estados Unidos disseram ter tido “discussões muito construtivas” com a China após o primeiro dia de negociações comerciais na Malásia, enquanto o presidente Donald Trump iniciava sua viagem pela região, que incluirá uma reunião com o líder chinês na próxima semana.
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Autoridades chinesas e americanas se reuniram em Kuala Lumpur neste sábado para uma nova rodada de conversas com o objetivo de apaziguar o impasse entre as duas maiores economias do mundo. Um porta-voz do Tesouro dos EUA fez uma breve descrição do encontro e informou que as negociações serão retomadas no domingo, sem dar mais detalhes.
A delegação chinesa não fez declarações públicas após a reunião, que durou cinco horas e meia, realizada no Merdeka 118, o segundo prédio mais alto do mundo. O vice-primeiro-ministro, He Lifeng, liderou o lado chinês, acompanhado do representante de Comércio, Li Chenggang, e do vice-ministro das Finanças, Liao Min. Já a equipe americana foi liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent.
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Bessent e He, um aliado de longa data de Xi, enfrentam a tarefa de negociar a redução de novas medidas impostas por seus países um contra o outro. Eles também estão preparando o terreno para as esperadas conversas na quinta-feira entre Xi e o presidente dos EUA, Donald Trump, à margem da cúpula de líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul.
Concessões de ambos os lados
Trump disse a repórteres a bordo do Air Force One que ele e Xi têm “muitas coisas para discutir” e espera que ambos os lados façam concessões, embora ele não aposte em um acordo.
— Eles têm que fazer concessões. Acho que nós também teríamos. Estamos com uma tarifa de 157% para eles. Não acho que isso seja sustentável para eles, e eles querem reduzir isso, e nós queremos certas coisas deles — disse Trump na sexta-feira, a caminho da Ásia.
O presidente dos EUA se reunirá com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, no domingo, para discutir comércio, investimentos e segurança. Como informou a Bloomberg News anteriormente, ele pretende assinar acordos econômicos e contratos de minerais críticos com parceiros comerciais durante a viagem, a primeira à região em seu segundo mandato.
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Trump afirmou que deseja estender a suspensão das tarifas mais altas sobre produtos chineses em troca de Xi retomar as compras americanas de soja, intensificar o combate ao fentanil e recuar nas restrições a exportações de terras-raras.
No início de outubro, Trump criticou a promessa de Pequim de ampliar os controles sobre elementos de terras-raras, levantando a possibilidade de estabelecer tarifas altíssimas sobre produtos chineses e até mesmo cancelar seu primeiro encontro pessoal com Xi desde que retornou à Casa Branca neste ano.
Ampliação de restrições
Em jogo está uma trégua comercial que expira em 10 de novembro, a menos que seja prorrogada. Meses de estabilidade provisória na relação entre EUA e China foram abalados nas últimas semanas após Washington ampliar algumas restrições tecnológicas e propor tarifas sobre navios chineses que entram em portos americanos.
A China respondeu com medidas paralelas e detalhou controles mais rigorosos sobre a exportação de terras-raras e outros materiais críticos. Na segunda-feira, o Ministério do Comércio convocou uma grande reunião em Pequim com empresas estrangeiras, na tentativa de tranquilizá-las de que os novos controles não têm a intenção de restringir o comércio normal.
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Os impactos globais dos controles de exportação chineses mostram como a guerra comercial tem gerado incerteza na economia e no comércio mundial. As exportações chinesas para o Sudeste Asiático e a União Europeia aumentaram neste ano à medida que as tarifas americanas dispararam, o que pode pressionar os fabricantes locais.
Falando em uma cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático no sábado, o ministro das Relações Exteriores da Malásia, Mohamad Hasan, expressou esperança por uma resolução, embora tenha dito que não tem expectativas.
— Estamos torcendo para que os EUA e a China recobrem o bom senso. Isso seria muito bom para o mundo todo e também para esta região — disse.
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