
Dólar cai para R$ 5,44 com foco em negociações sobre tarifaço com EUA
O dólar à vista caiu 0,36% nesta quinta-feira (16), cotado a R$ 5,44, em meio à reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington. O encontro tratou das tarifas impostas a produtos brasileiros desde agosto, que impactam o comércio entre os dois países. O recuo da moeda reflete a expectativa de um possível acordo para aliviar o chamado tarifaço. O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, acompanhou o movimento externo e fechou em leve baixa de 0,28%, aos 142.200 pontos. Investidores mantiveram cautela diante da tensão comercial entre Estados Unidos e China e da paralisação parcial do governo americano, que chega ao 16º dia. Mesmo com o cenário adverso, a economia brasileira apresentou sinais de recuperação. Segundo o Banco Central, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,4% em agosto, após três meses seguidos de queda. Apesar de o resultado ter ficado abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,6%, o avanço foi puxado pela indústria, que cresceu 0,8%, e pelos serviços, com alta de 0,2%. As negociações em Washington buscam reverter parte das tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros como carne, café, frutas e calçados. Vieira chegou à capital americana na segunda-feira (13), e o encontro foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um evento no Rio de Janeiro. A reunião foi agendada após uma conversa telefônica entre os dois chanceleres na semana passada. No cenário internacional, as tensões entre Washington e Pequim voltaram a escalar após críticas dos EUA às novas regras chinesas sobre exportação de terras raras. O governo chinês reagiu publicamente e acusou os americanos de distorcer informações para criar alarde no mercado. A disputa elevou a busca por ativos considerados seguros, o que impulsionou o ouro, que superou US$ 4,3 mil a onça. A paralisação do governo americano, que se arrasta por 16 dias, também preocupa os mercados. Mais de 750 mil servidores seguem afastados, e não há consenso entre democratas e republicanos sobre o orçamento. O impasse político eleva o risco de uma nova recessão nos Estados Unidos, o que influencia o comportamento do dólar e das bolsas mundiais. Nos mercados globais, as bolsas de Nova York fecharam em queda, pressionadas por perdas em bancos regionais e pela incerteza comercial. O Dow Jones recuou 0,65%, o S&P 500 caiu 0,63% e o Nasdaq teve baixa de 0,47%. Já na Europa, os índices encerraram o dia em alta, impulsionados por boas notícias corporativas e pela expectativa de estabilidade política na França. Com o resultado desta quinta-feira, o dólar acumula queda de 1,10% na semana, alta de 2,26% no mês e baixa de 11,93% no ano. Já o Ibovespa tem ganho de 1,08% na semana, mas acumula perda de 2,76% no mês. Receba as principais notícias do Estado pelo celular . Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook , Instagram , TikTok e WhatsApp .
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