Conheça as atrações de Gyeongju, cidade milenar na Coréia do Sul onde Donald Trump e Xi Jinping vão se encontrar
Prestes a receber uma reunião de líderes que guarda elevadas expectativas — em especial sobre o encontro dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, previsto para esta quinta-feira (30) — um dos destinos turísticos favoritos para os sul-coreanos começa a ganhar status internacional. Gyeongju, a pouco mais de 300 km de Seul, mantém uma aura histórica a cada esquina, combinada à natureza e à pouca presença de elementos arquitetônicos modernos, contrastando com os arranha-céus tecnológicos da capital sul-coreana e de Busan, seu centro econômico e cultural.
Gyeongju foi fundada no ano 57 a.C. e serviu como capital do antigo trono de Silla, que durou quase mil anos e se tornou o primeiro reino unificado da Península Coreana. As referências históricas lhe renderam o título de Patrimônio Cultural da Unesco, e as viagens à cidade se tornaram tradição para os coreanos. No final de outubro, as lideranças do fórum da Apec, a Cooperação Econômica Ásia-Pacífica, poderão ver de perto essa fusão única de história, cultura e entretenimento que renderam uma outra denominação a Gyeongju, a de “cidade mais instagramável da Coreia”.
O GLOBO visitou Gyeongju durante reunião de ministros da Cultura da Apec, no fim de agosto, e listou alguns locais imperdíveis para algumas (muitas) selfies.
Museu Nacional de Gyeongju
Algumas das peças mais importantes para a História do povo coreano estão em exibição no amplo museu: as coroas de Silla, símbolos do reino quase milenar, foram escavadas perto de Gyeongju, e trazem para os nossos dias o delicado manejo artístico do metal (de ouro e de bronze, por exemplo) que marca a trajetória da região — um desses adereços inspirou o figurino da estrela sul-coreana Jennie no clipe da música “Zen”.
Uma das seis coroas do reino de Silla, exposta no Museu Nacional de Gyeongju
Divulgação/Kocis Center
As exposições trazem modelos das antigas cidades e vilas de Silla, objetos usados ao longo do tempo em que o reino existiu, e uma telha ornamental com o que seria um sorriso humano e se tornou o símbolo de Gyeongju. No pátio, o Sino Sagrado do Grande Rei Seongdeok, ou Sino Emille, do século VIII, se destaca, e um sistema de som reproduz seus badalos aos visitantes. A peça tem algumas lendas sombrias a seu respeito, que incluem histórias de traições, de intrigas e do sacrifício de crianças para que ela tivesse o som desejado por seus criadores.
Templo de Bulguksa
Construído no século VIII, o templo fica em um sereno bosque, e impressiona com sua fusão de estilos nas paredes, nas cores em suas colunas e nas ilustrações que retratam um período dourado na Península Coreana. Soldados feitos de madeira, com feições ameaçadoras, guardam os portões de Bulguksa, e os pedidos feitos por quem ali visita — em folhas de papel ou em coloridas lanternas — soam como um poema visual.
Estátua de Buda no Templo de Bulguksa
Divulgação/Kocis Center
Bulguksa é lar de seis tesouros nacionais sul-coreanos, incluindo dois Budas de pedra presentes há alguns séculos. Fique atento às regras, especialmente sobre o que pode e o que não pode ser fotografado, e não se esqueça de fazer um pedido ao tomar um gole d’água de uma fonte na entrada do complexo.
Túmulos históricos
Uma das marcas de Gyeongju são as pequenas elevações vistas ao redor da cidade, mas que passam longe de ser apenas um elemento paisagístico: na verdade, são túmulos de reis, príncipes e nobres, onde foram encontrados alguns dos itens expostos no Museu Nacional.
O complexo de tumbas de Daereungwon, no centro de Gyeongju, reúne cerca de 30 tumbas — uma delas, a do rei Michu, que comandou Silla no século III, teria sido usada como base para um ataque-surpresa contra uma invasão japonesa naquele mesmo período.
Perto de Daereungwon, o Observatório de Cheomseongdae, do século VII, é o mais antigo da Ásia. Foi construído com 365 pedaços de granito e atrai algumas multidões em busca de fotos, especialmente à noite, quando recebe uma iluminação especial.
Palácio Donggung e a Lagoa Wolji
Prepare sua câmera: ela será muito usada neste conjunto de palácios e estruturas que começaram a ser construídas no século VII. Durante o Reino de Silla, grandes eventos e banquetes aconteceram nos mesmos corredores e salões frequentados por milhares de turistas todos os dias, e uma maquete ajuda a entender a grandeza do complexo.
A lagoa artificial foi negligenciada por séculos, até que um grande projeto de renovação começou na década de 1970 — além da recuperação do espelho d’água, foram recuperadas dezenas de artefatos e identificadas estruturas até então desconhecidas para os historiadores. Uma dica: as visitas noturnas são as melhores.
Rua Hwangridan-gil
Quer se sentir em um K-Drama, ou só dar um tempo depois de tanto caminhar? O centro de Gyeongju reserva opções para todos os bolsos, e até para quem não se adaptou ao sabor do kimchi ou do gochujang ao prato.
Rua Hwangridan-gil, em Gyeongju
Divulgação/Kocis Center
Os prédios ao estilo clássico coreano abrigam cafés — não
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