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Com início de vendas diretas no Brasil, BYD vai oferecer Dolphin Mini por até R$ 98,5 mil

16/10/2025 14:01 O Globo - Rio/Política RJ

Com o início da operação de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, a montadora chinesa BYD esquenta a briga por preços mais competitivos de modelos elétricos e híbridos no mercado brasileiro. Com produção local, a BYD ingressa no mercado de vendas diretas (da fábrica para o cliente) e pode oferecer novos descontos, já que se beneficiará de isenções de impostos. Com isso, a nova versão de entrada do Dolphin Mini será oferecida por até R$ 98,5 mil.
Fabricação no Brasil: Com produção local, especialistas preveem mais descontos em preços de carros elétricos
Na antiga fábrica da Ford: GWM começou a produzir SUV Haval em Iracemápolis, SP
A montadora informou que além do Dolphin Mini, os modelos BYD King e BYD Song Pro, produzidos nacionalmente, terão isenção fiscal de IPI e ICMS para clientes de vendas diretas. Com descontos, a marca pretende ampliar suas vendas no país, já que o alto valor dos veículos elétricos e híbridos ainda é uma barreira para a decisão de compra dos consumidores, segundo especialistas.
No caso do Dolphin Mini, a marca criou a nova versão GL de entrada. O preço público sugerido do modelo é R$118.990,00. Mas com os descontos de 10% para os clientes de venda direta, o valor cai para R$ 107.091,00 para microempresas (compra via CNPJ) e produtores rurais. No caso de PCD, voltadas a pessoas com deficiência, o modelo sairá por R$ 99.990,00, com as isenções, enquanto os taxistas pagarão R$ 98.590,00 pelo veículo.
De janeiro a setembro, foram vendidas 22.294 unidades do Dolphin Mini no país, liderando a categoria de elétricos puros, segundo levantamento da consultoria K. Lume. Desde que foi lançado na China, em 2023, o modelo, um dos mais acessíveis em termos de preços no segmento de elétricos, já ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades vendidas. O Dolphin Mini (que na China se chama Seagull), chegou inclusive a superar em vendas o Tesla Model Y por alguns meses em 2024.
O BYD Dolphin Mini tem motor de 75 cv, bateria de 38 kWh e autonomia de até 280km, de acordo com o Inmetro. Na sua nova versão de entrada (GL), o compacto 100% elétrico terá bateria de 30,08 kWh e autonomia de até 250km.
Song e King também têm descontos
A BYD também vai oferecer o SUV super híbrido BYD Song Pro e o sedã híbrido BYD King com os incentivos, focando principalmente nas versões GL, que serão direcionadas exclusivamente para o canal de vendas diretas.
O Song Pro GL custa R$189.990,00. Com o desconto de 15% para os clientes de venda direta, os valores caem para R$161.492,00 (produtores rurais e CNPJ) e R$ 147.990,00 para PCDs. Já os taxistas pagam R$ 132.900. No Brasil, entre janeiro e setembro, foram vendidas 11.767 unidades do Song entre janeiro e setembro.
Já o King tem preço de R$ 169.990,00 e com os descontos o valor cai para R$ 144.492,00 (para CNPJ e produtores rurais); R$ 132.990,00 para PVD e R$ 124.990,00 para taxistas. Desde janeiro, o BYD King vendeu 9.308 unidades no país.
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Especialistas consultados pelo GLOBO já previam que com o aumento do interesse dos compradores pelos veículos eletrificados e o início de produção local da BYD e outras montadoras, como a também chinesa GWM, os consumidores seriam beneficiados com aumento da concorrência — e preços mais baixos.
— A produção no Brasil e em outros países é geralmente mais cara do que na China. Não espero numa guerra de preços como a do mercado chinês, mas sim preços mais baixos através descontos maiores — disse ao GLOBO Ferdinand Dudenhöffer, professor e diretor do Centro de Pesquisa Automotiva (CAR), que pesquisa a indústria automobilística na Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha.
A BYD iniciou oficialmente sua produção no Brasil no dia 9 de outubro passado. Com um investimento de R$ 5,5 bilhões, a unidade ocupa 4,6 milhões de metros quadrados e começa com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano, com expectativa de dobrar esse volume até 2030, atingindo 600 mil unidades anuais.
Com duas linhas produção testadas na China e transportadas ao Brasil, a chinesa Great Wall Motor (GWM) começou a produzir veículos no país, na antiga fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis, a 164 quilômetros da capital paulista, em agosto passado. São 570 funcionários, sendo cerca de 80 chineses, que estão em funções específicas, como programação de robôs, ou em postos de comando. A GWM foca no segmento de SUVs, recheados de tecnologia, com preços a partir de R$ 199 mil, mas que podem chegar a R$ 325 mil na versão GT.

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