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Cientistas alemães implantam dispositivo que permite paciente tetraplégico controlar celular e braço robótico com o pensamento; entenda

16/10/2025 13:10 O Globo - Rio/Política RJ

Uma equipe de cientistas da Universidade Técnica de Munique (TUM) realizou pela primeira vez na Europa uma cirurgia para implantar um dispositivo cérebro-computador em um paciente tetraplégico, permitindo que ele controle um braço robótico e um celular apenas com o pensamento. O procedimento, considerado pioneiro, foi publicado pelo jornal português SiC Notícias.
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A operação, conduzida no Hospital Universitário TUM, durou mais de cinco horas e marcou um avanço inédito no continente. O dispositivo implantado contém 256 microeletrodos, responsáveis por captar sinais da região do cérebro ligada à planejamento e execução de movimentos, como agarrar, segurar e manipular objetos.
— O objetivo é desenvolver sistemas que reconheçam a intenção humana, em vez de esperar que os pacientes aprendam a operar máquinas complexas — explicou Melissa Zavaglia, líder da equipe cirúrgica e pesquisadora do hospital universitário.
O professor Simon Jacob, especialista em neurotecnologia translacional da TUM, destacou que essa é a primeira vez na Europa que uma interface cérebro-computador é implantada em uma pessoa tetraplégica.
O paciente, Michael Mehringer, de 25 anos, ficou paralisado do pescoço para baixo após um grave acidente de moto aos 16 anos. Ele passou 14 meses hospitalizado, incluindo um período em coma, e desde então depende de assistência constante.
— Espero poder voltar a comer e beber de forma independente, precisando de menos ajuda na vida diária — afirmou Mehringer.
Após a cirurgia, ele participa de sessões semanais no laboratório, onde o implante é conectado a um computador para registrar a atividade neural. Os cientistas utilizam esses sinais para treinar algoritmos de inteligência artificial, que aprendem a interpretar os padrões cerebrais e associá-los aos movimentos desejados.
Nos testes iniciais, Mehringer movimenta um mouse e pressiona botões virtuais para ensinar o sistema a reconhecer seus comandos mentais. O objetivo é que, com o tempo, ele consiga controlar o braço robótico e dispositivos eletrônicos apenas com o pensamento.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia representa um passo importante rumo à restauração da autonomia e da qualidade de vida de pessoas com paralisia severa.
— Esta pesquisa poderá ajudar a devolver a independência a muitos pacientes tetraplégicos — afirmou Zavaglia.

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