Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Casarão centenário em Botafogo vai abrigar novo centro cultural; confira as primeiras atrações

15/10/2025 17:05 O Globo - Rio/Política RJ

Botafogo vai ganhar um novo ponto de encontro de cultura, arte e conhecimento. A Acaso Cultural abrirá suas portas na Rua Vicente de Sousa no dia 25 de outubro, em uma charmosa casa do início do século XX restaurada, com uma programação que combina música, literatura, artes plásticas e gastronomia. A inauguração será marcada por um show de Fred Martins e Jaques Morelenbaum e, no dia seguinte, por uma roda de samba aberta ao público, conduzida pelo sambista Jorge Maia e pelo violonista Fábio Nin, com participação especial da orquestra Johann Sebastian Rio e convidados.
Novo endereço: Expositores do antigo Espaço Mix, demolido pela prefeitura, vão trabalhar em praça de Botafogo
Vivência com cacau ao amanhecer, na praia, e maratona fitness no shopping: Barra terá eventos especiais no fim de semana
O centro cultural terá ambientes multifuncionais. A casa contará com a Sala Acaso, espaço para concertos, shows e teatro com tratamento acústico, além de salas de aula, estúdios de ensaio, hall para exposições, área para coworking e livraria.
Acaso Cultural terá programação diversa
Divulgação
O projeto foi concebido por Catarina Amaral, doutora em História Social da Cultura, e Marcela Miller, formada em História e Literatura Brasileira e Comparada. A ideia é que a programação atinja todos os públicos, com workshops, cursos, debates, palestras, rodas de samba, capoeira, apresentações teatrais, lançamentos de livros e concertos de música barroca e jazz.
—As pessoas vêm por muitos motivos diferentes, para ouvir um concerto, um show de jazz, comprar um livro, tomar um café ou um vinho, e vão ficando, guiadas pelo acaso, para assistir a uma palestra sobre pensamento social brasileiro, participar de um workshop sobre narrativa criminal ou uma oficina de cerâmica — diz Catarina Amaral, diretora-executiva da Acaso, detalhando a proposta. —A Acaso nasce para fomentar ideias e reflexões críticas, ser espaço de criação e transformação, e contribuir para uma sociedade mais consciente e plural.
Entre as exposições de estreia estará “Minha gente de barro”, da ceramista Pipsi Munk. Na música, a Sala Acaso receberá ainda a Camerata de Violões (dia 30) e a orquestra Johann Sebastian Rio (dia 31), que transita entre Bach, Villa-Lobos e Ben Jor, integrando literatura, dança e audiovisual. A partir de novembro, o espaço vai sediar a feira literária Rio Neon, dedicada a ficção científica, fantasia e terror, reunindo autores brasileiros consagrados.
A gastronomia será representada pelo restaurante Nonô, comandado pelo chef Jorge Heleno, com menu mediterrâneo.
—O menu precisa ter liga, um tema, não pode ser uma coisa aleatória. Escolhemos a comida mediterrânea, trabalhando com terra e mar. Teremos pratos de carne na parrilla e também frutos do mar, com algumas opções surf and turf — explica Heleno.
A Acaso Cultural também funcionará como plataforma colaborativa para eventos de parceiros e projetos externos. Parte da receita será reinvestida em novas atividades artísticas.
Ofensa no metrô: Delegacia da Mulher vai investigar homens que ofenderam passageiras em vagão feminino
A restauração da casa
Protegido pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, o casarão de 600 metros quadrados que vai abrigar a Acaso Cultural passou por processo de restauração minucioso, que preservou a fachada histórica enquanto adaptava os espaços internos para usos contemporâneos. Um dos destaques do projeto é a escada de madeira que liga o térreo ao segundo andar. Originalmente danificada, ela foi reconstruída mantendo a estrutura original. Um guarda-corpo de ferro com linhas irregulares e modernas simboliza a liberdade criativa que guiou o projeto.
O casarão que abriga a Acaso Cultural foi restaurado
Divulgação
Nos fundos do imóvel, um anexo abriga a Sala Acaso, espaço multiúso com capacidade para cerca de cem pessoas, além de sala de ensaios, camarins, banheiro e jardim. O palco é modular, e as cadeiras móveis permitem diversas configurações. A acústica foi projetada para receber tanto eventos amplificados quanto concertos de câmara, sem interferir na vizinhança.
A requalificação do imóvel ficou a cargo do escritório Helena Malaguti Arquitetura, preservando fachadas, telhados e volumetria. O trabalho incluiu recomposição de reboco tradicional, recuperação de esquadrias e substituição de peças danificadas por réplicas fiéis, feitas por mão de obra especializada com materiais de época. A acessibilidade também foi prioridade: o espaço conta com elevador, banheiro adaptado e soluções de comunicação acessível.
Segundo a arquiteta Helena Malaguti, o conceito central do projeto é fortalecer os vínculos culturais do bairro, criando espaços fluidos que convidam o público a circular e permanecer, mantendo a identidade histórica do imóvel e oferecendo infraestrutura moderna para atividades artísticas e educativas.
A Acaso Cultural fica na Rua Vicente de Sousa,16, Botafogo. Mais informações em acasocultural.com e @acasocultural.
Initial plugin text

Fonte original: abrir