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Carros de luxo e viagens pela Europa: a vida de 'Diabo Loiro', 'Mijão' e 'Caipira', alvos da operação que mirou cúpula do PCC

31/10/2025 06:31 O Globo - Rio/Política RJ

A mais recente operação do Ministério Público de São Paulo contra a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) trouxe à tona nomes e perfis de três criminosos de alta periculosidade ligados à facção. A ação, deflagrada nesta quinta-feira (30), tinha como objetivo desarticular um esquema sofisticado que utilizava empresas de compra e venda de veículos e transações imobiliárias para ocultar a origem ilícita do dinheiro do tráfico de drogas, revelando as conexões de Sérgio Luiz de Freitas Filho, o "Mijão", Eduardo Magrini, o "Diabo Loiro", e Álvaro Daniel Roberto, o "Caipira".
Leia mais: Operação do Ministério Público mira esquema de lavagem de dinheiro do PCC
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A operação, que é um desdobramento das ações "Linha Vermelha" e "Pronta Resposta", esta última que desvendou um plano para assassinar o promotor Amauri Silveira Filho, revelou o modus operandi desta parte da cúpula do PCC. O MPSP detectou "sólidas conexões entre conhecidos traficantes, integrantes do PCC e empresários" que, após o surgimento de desavenças internas no grupo, começaram a fazer novas transações imobiliárias e financeiras para "dissipar seu patrimônio e a ocultar os verdadeiros beneficiários" do dinheiro.
Um dos alvos de busca e apreensão da operação, Luís Carlos dos Santos, pai de outro investigado, acabou morrendo em confronto com a Polícia Militar em Campinas, e um sargento foi ferido no tiroteio. A Justiça, por sua vez, autorizou o bloqueio de 12 imóveis de luxo e valores em contas bancárias dos envolvidos, sinalizando o impacto financeiro da ação.
Entre os foragidos mais visados está Sérgio Luiz de Freitas Filho, o "Mijão" ou "Xixi", considerado um dos chefes do alto escalão do PCC e que figura na lista dos criminosos mais procurados do Brasil. Ele e seus filhos estão entre os alvos da operação, com o MPSP indicando que "Mijão" é peça-chave na logística da droga, atuando na Bolívia como negociador para comprar cocaína e pasta-base e enviar ao Brasil.
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Apesar de foragido, ele desfruta de uma vida de luxo em Santa Cruz de La Sierra, ostentando mansões caríssimas e contando com uma rede de falsificadores para viver sob identidade falsa. Ele também é acusado de envolvimento direto no plano de assassinato do promotor Amauri Silveira Filho. Curiosamente, a apreensão de camisas autografadas de Neymar com dedicatória a "Mijão" sugere que ele possa estar frequentando o país, intensificando a caçada pelo criminoso.
Outro foragido procurado na ação é Álvaro Daniel Roberto, o "Caipira", também considerado um dos homens mais procurados do país. "Caipira", que já teve ligações com o megatraficante Juan Carlos Abadia, é acusado de comandar um núcleo que enviava cocaína para a Europa usando rotas que partiam do Paraguai, Bolívia e Peru, controlando a logística do entorpecente a partir de São Paulo. Ele foi preso em 2013, mas conseguiu fugir da prisão em Minas Gerais em 2014, e o mandado de prisão contra ele não foi cumprido nesta quinta-feira.
Por fim, o investigado Eduardo Magrini, o "Diabo Loiro", foi um dos alvos presos na operação. Suspeito de participação nos ataques do PCC em São Paulo em 2006, ele possui um histórico criminal que inclui homicídio, formação de quadrilha e tráfico de drogas, tendo atuado na "sintonia FM", setor que administra pontos de venda de droga da facção.
Apesar de sua vida criminosa, Magrini se apresentava nas redes sociais como "influencer digital" e produtor rural, ostentando carros de luxo, viagens pela Europa e fotos com armas, em uma clara demonstração de como o dinheiro ilícito era lavado e ostentado publicamente. Ele já havia sido preso em 2012 com drogas na Rodovia Dom Pedro I, alegando na época trabalhar com "compra e venda de cavalos", atividade que remete ao esquema de lavagem de dinheiro com veículos.
Medidas judiciais e desdobramentos
Ao todo, foram expedidos 9 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão. Destes, seis alvos foram presos nesta quinta-feira, três já estavam no sistema penitenciário e Mijão e Caipira continuam foragidos. As buscas ocorreram em condomínios de alto padrão de Campinas (como Alphaville, Entreverdes, Jatibela e Swiss Park), Mogi Guaçu e Artur Nogueira.
A Justiça também autorizou o bloqueio de 12 imóveis de luxo e dos valores existentes nas contas bancárias dos envolvidos.
A Operação Off White é um desdobramento das operações Linha Vermelha e Pronta Resposta. A primeira mirava crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro de nomes ligados ao PCC. Já a segunda revelou um plano da facção para matar o promotor Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo o MP, o material coletado em ambas as operações levou aos promotores a detectarem "sólidas conexões entre conhecidos traficantes, integrantes do PCC e empresários". "Essas conexões revelaram diversas transações eco

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