
Brasileiro é dado como desaparecido em Toronto, no Canadá, e família vive dias de desespero
Um brasileiro está desaparecido no Canadá há um mês, segundo familiares. Marcos Soares Gomes, de 39 anos de idade, mora há cerca de dois anos na cidade de Toronto. O caso é investigado pelo departamento de polícia local, que ainda não tem pistas do paradeiro dele.
A família de Gomes é de Suzano, na região metropolitana de São Paulo. A irmã, Mislene Soares, de 37 anos, conta que ele foi para o país da América do Norte em busca de trabalho e contou com a ajuda financeira para chegar ao Canadá. Desde que foi registrado como desaparecido oficialmente na polícia de Toronto, Gomes chegou a ligar para a família uma vez, mas depois voltou a sumir.
— No Brasil, ele trabalhava no almoxarifado de empresas. Quando chegou no Canadá, ele trabalhou colocando azulejos, fazia telhados, tudo na área da construção civil. Meu pai o ajudou financeiramente a comprar a passagem — diz Mislene.
Segundo a irmã, Gomes vinha se mostrando solitário e desanimado com a vida no exterior e dizia que voltaria em breve para o Brasil. Ele prometeu para a família que retornaria em setembro, antes de deixar de responder mensagens e atender telefonemas.
— Dia 20 (de setembro) ele me perguntou o que tinha de bom por aqui, filmei as crianças da família jogando bola e perguntei quando é que ele vinha. Ele só reagiu com um coração na minha pergunta e desde então, não conseguimos mais contato — conta ela.
O sumiço repercutiu na comunidade de brasileiros que vivem no Canadá. O desaparecimento foi compartilhado em grupos de Facebook. Os expatriados se reuniram para tentar encontrar pistas sobre o paradeiro do homem, mas até o momento, tudo o que a família obteve foram informações divergentes.
— Cada hora surge uma informação, de que ele estaria morando na rua, que ele estaria morando em um quarto, mas que não quer ser localizado — diz a irmã.
No dia 12 de outubro, no entanto, Gomes contatou a família. Mislene recebeu uma solicitação de uma chamada de vídeo pelo Instagram de um perfil desconhecido. Atendeu e viu o irmão em uma sala, em cima de um sofá, com uma aparência abatida.
— Ele estava magro e parecia no mundo da lua, não falava nada com nada. Nós dissemos que se ele estivesse precisando de dinheiro, a gente ajudava, e ele falou que volta mês que vem. A ligação durou 10 minutos e depois ele desligou. Disse que voltaria a entrar em contato comigo, mas até agora nada — diz Mislene.
Outra informação que chegou até a família é a de que ele estaria devendo cerca de 3.000 dólares canadenses em aluguéis atrasados, o que levanta a suspeita de que problemas financeiros possam estar relacionados ao sumiço.
O caso é investigado pelo departamento de polícia municipal de Toronto desde 1º de outubro, quando o desaparecimento foi oficialmente registrado junto às autoridades. Um aviso sobre o caso foi publicado no site do departamento, com uma foto do brasileiro e pedido de informações sobre o paradeiro do homem.
Na segunda (20), Mislene recebeu um e-mail do detetive responsável pelo caso. O policial informou ter verificado se Marcos deu entrada no sistema de abrigos municipais e também disse que conversou com pessoas que o viram pela última vez, mas não obteve até o momento novas pistas. O GLOBO procurou o departamento de polícia de Toronto e não obteve resposta até a publicação deste texto.
O caso também foi reportado pela família ao Consulado-Geral do Brasil em Toronto. Em resposta, representantes teriam informado que poderiam apenas auxiliar no registro do desaparecimento. Em nota ao O GLOBO, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do consulado, informou que “tem conhecimento do caso e busca obter informações junto às autoridades locais”.
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