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Madrasta acusada de matar enteada envenenada na Zona Oeste do Rio tem julgamento adiado para março de 2026

21/10/2025 19:38 O Globo - Rio/Política RJ

Acusada de matar a enteada Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, com uma feijoada envenenada, Cíntia Amaral Dias Cabral teve o julgamento, que deveria ocorrer nesta terça-feira, no 3⁠º Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, adiado para o dia 4 de março de 2026. O adiamento aconteceu depois que a defesa de Cíntia abandonou o plenário.  Pelo menos 38 testemunhas deveriam ser ouvidas, entre elas o irmão de Fernanda, que também foi vítima da madrasta. Dois meses após a morte da irmã, ocorrida em março de 2022, ele também foi envenenado por Cíntia, mas sobreviveu e denunciou o caso à polícia.
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   Segundo o advogado Carlos Augusto dos Santos, da equipe responsável pela defesa de Cíntia, a atitude de abandonar o plenário foi tomada porque a juíza responsável pelo caso não concordou com um pedido de adiamento, feito no dia anterior, para extrair dados de um telefone da ré.
— Tivemos informação de que neste telefone existem dados que trazem a inocência da nossa cliente. São informações essenciais para comprovar a inocência dela. Fizemos o pedido. Como não foi aceito, abandonamos o plenário — alegou o advogado Carlos Augusto dos Santos.
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Cíntia é acusada de matar com uma feijoada envenenada a enteada Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos. O crime aconteceu em março de 2022. Dois meses depois, ela tentou assassinar da mesma forma o irmão da jovem, na época com 16 anos. Segundo a polícia, a ré teria colocado chumbinho na comida dos enteados porque tinha ciúmes da relação deles com o pai dos adolescentes, com quem ela vivia na época. Fernanda chegou a ser internada no Hospital Albert Schweitzer, mas morreu duas semanas depois. Inicialmente, a morte foi tratada como sendo fruto de um mau-súbito.
O irmão de Fernanda passou mal após comer um prato de feijoada, mas sobreviveu após ser levado para um hospital. Ele relatou à polícia que o feijão tinha gosto amargo e pedrinhas azuis. A partir daí, foi feita uma investigação mais profunda sobre a morte de Fernanda. A Polícia Civil exumou o corpo da jovem e a perícia confirmou que a vítima havia sido envenenada. Pouco tempo depois, a Justiça decretou a prisão de Cíntia, que acabou detida por policiais da 33ªDP(Realengo). 
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O TJRJ expediu uma nota criticando o abandono do plenário feito pela defesa. Segundo o TJRJ, uma multa foi aplicada aos responsáveis pelo ato. Abaixo, a íntegra do documento.
"A sessão de julgamento de Cíntia Mariano, acusada de envenenar os enteados com chumbinho, foi redesignada para o dia 4 de março de 2026. Ela é acusada pela morte da enteada Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, e por tentativa de homicídio contra o irmão dela, Bruno Cabral, que tinha 16 anos na época. O crime aconteceu em Realengo, Zona Oeste do Rio, em 2022.
A defesa da ré decidiu abandonar o júri após ter o pedido de adiamento indeferido pelo juízo. O Ministério Público também se opôs ao adiamento. Os advogados de Cíntia decidiram, então, abandonar o plenário. “Destaca-se que o abandono da sessão plenária do Tribunal do Júri de forma deliberada por qualquer dos membros da bancada de defesa (advogados), em razão da quebra de dever funcional, constitui tática processual que atenta contra a dignidade da Justiça e o dever de lealdade processual. Tal ato gera expressivo desnecessário dispêndio de recursos públicos, considerando a complexa e onerosa logística que envolve a sua realização, pela qual será pessoalmente responsabilizado membro que abandonar o plenário no valor dos custos para a realização da sessão”, destacou a decisão.
Pelo ato da defesa, foi aplicada multa, no valor de 10 salários mínimos, e determinado que seja pago o valor correspondente ao custo para realização da sessão de júri, a ser calculado pela Contadoria Judicial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro."
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