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Bíblia, Fernanda Montenegro e Rita Lee: Saiba o que caiu no Enem 2025

09/11/2025 18:44 O Globo - Rio/Política RJ

O primeiro dia do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2025 apresentou opiniões da cantora Rita Lee e da atriz Fernanda Montenegro sobre envelhecimento para a prova de redação. De acordo com o coordenador de redação do Colégio Unificado, Ávila Oliveira, a prova desse ano teve um único texto longo para as cinco primeiras perguntas, o que não acontecia há muitos anos.
— As primeiras cinco questões todas elas eram referentes a um único texto. Fazia muito tempo que não acontecia isso. Um único texto para mais de uma questão. Um texto longo, todos referentes a esse texto. Com enunciados bem diretos.
De acordo com ele, os textos de apoio da proposta de redação apresentava dados dos dois últimos censos do IBGE, diferentes imagens de representação de pessoas com mais de 60 e opiniões da cantora Rita Lee e da atriz Fernanda Montenegro sobre evelhecimento.
— Eram opiniões dela sobre envelhecer ser momento de novos caminhos e não como fim da vida — diz.
Vinicius Tessari, professor de história do Curso Anglo, afirma que uma questão usou duas passagens da Bíblia e uma do Alcorão para debater o papel dos conhecimentos externos e do avanço científico, de um modo geral, dentro da religião.
— A questão em si pedia para você trazer essa relação ou o que esses três textos estavam falando a respeito do homem que conhecia a ciência, do que eles consideravam dentro disso.
Enem 2025
O Enem 2025 teve 4,8 milhões de inscritos. Nesta edição, o Ministério da Educação (MEC) decidiu retomar a certificação do ensino médio. Com isso, o número de candidatos com mais de 18 anos que não terminaram a educação básica cresceu 200% — passando de 24 mil para 81 mil inscritos de 2024 para 2025. Outro grupo que teve crescimento expressivo foi o de pessoas com mais de 60 anos, que subiu 191% entre 2022 e 2025, passando de 5.900 candidatos nessa faixa etária para 17.192.
Outra mudança importante é a forma com que os alunos vão disputar as vagas no Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que é realizado em janeiro de 2026. A partir deste ano, os candidatos poderão usar as notas dos três últimos anos, desde que não tenham feito a prova como treineiros. A novidade revoltou jovens do final do terceiro ano do ensino médio, que só terão uma nota para competir com aqueles que já fizeram o Enem mais vezes, e a tendência é de aumento na nota de corte de cursos mais competitivos.
Neste primeiro dia, são 90 questões divididas entre Ciências Humanas e Linguagens, além de Redação. Já no próximo domingo serão mais 90 itens de Matemática e Ciências da Natureza. É por meio dessa prova que se selecionam os calouros da maior parte das vagas das universidades federais e os beneficiados no programa do governo federal de bolsas nas instituições privadas, o Prouni.
Mudança na correção
Em 2025, os candidatos vão encarar uma série de novas regras. A prova de Redação, por exemplo, teve oficializada na Cartilha do Participante uma orientação contra as chamadas “citações coringa”. Essa é uma estratégia que se popularizou nos últimos anos e consiste em memorizar uma referência genérica para utilizar em qualquer tema proposto.
A utilização de repertório para argumentação é pontuada na competência 2 da redação do Enem. Ela mede a capacidade do candidato de compreender o tema e desenvolver um texto dissertativo-argumentativo coerente com a proposta, utilizando repertório sociocultural.
Para demonstrar repertório, os alunos são incentivados a fazer citações de livros, pensadores, filmes, músicas, séries etc. Caso façam de forma adequada, ganham mais pontos. Até 2024, professores de redação recomendavam a memorização de citações genéricas que poderiam ser usadas em qualquer texto.
Agora, em 2025, o MEC reforça na Cartilha do Participante que essa estratégia não deve ser utilizada por entender que ela descredibiliza o texto e não demonstra domínio de conteúdo. “A recomendação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela prova, é explorar mais o repertório autoral no texto”, diz o texto.

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