Após Lula criticar ofensiva dos EUA, Celso Amorim diz que 'intervenção externa' na Venezuela pode 'incendiar' a América do Sul
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar nesta sexta-feira a ofensiva dos EUA no Caribe e no Pacífico, mesmo sem citar diretamente o homólogo, Donald Trump, e dizer que se a "moda pega o mundo vai virar uma tera sem lei", foi a vez do seu assessor especial, Celso Amorim, reiterar a posição do Brasil em relação à escalada das tensões. Para ele, uma "intervenção externa" na Venezuela "pode incendiar a América do Sul" e não pode ser aceita pelo país. Lula e Trump devem se encontrar neste fim de semana na Malásia.
— Não podemos aceitar uma intervenção externa, pois isso provocaria um enorme ressentimento — disse Amorim, em entrevista à agência de notícias AFP. — Isso poderia inflamar a América do Sul e levar à radicalização da política em todo o continente.
Embora tenha reforçado o tom crítico à Casa Branca, o assessor de política externa da Presidência garantiu que Lula não dará lições a Trump em uma possível reunião nos próximos dias, e defendeu o diálogo como forma de obter acordos mais vantajosos para o Brasil:
— É preciso haver diálogo para buscar pontos de acordo sobre questões como as rígidas tarifas dos EUA — disse ele, antes da reunião ainda não confirmada, que acontecerá paralelamente à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia.
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