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Após envio de porta-aviões e novas ameaças de Trump, Maduro diz que os EUA estão 'inventando uma guerra'

24/10/2025 22:59 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que os Estados Unidos estão "inventando uma guerra" contra a Venezuela, em meio a mais uma etapa na escalada de tensão entre os dois países. Os EUA continuam intensificando sua presença militar no Caribe, à qual agora se somará o porta-aviões USS Gerald R. Ford, descrito pela Marinha americana como "a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo".
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Os Estados Unidos afirmam que enviaram navios de guerra, aviões de combate e soldados para o Mar do Caribe para realizar operações contra o narcotráfico, mas o governo venezuelano insiste que o objetivo é derrubar o regime de Maduro. Desde 2 de setembro, os EUA bombardearam 10 embarcações na região próxima à costa da Venezuela, no Caribe, e no Oceano Pacífico, resultando em pelo menos 43 mortos. Washington alega que os barcos atingidos são de traficantes internacionais de drogas, que o governo Trump classifica como "narcoterroristas".
— Eles estão inventando uma nova guerra eterna, prometeram que nunca mais se envolveriam em uma guerra e estão inventando uma guerra que nós vamos evitar — disse Maduro em uma transmissão obrigatória de rádio e televisão. — Os Estados Unidos inventam um relato extravagante, vulgar, criminoso e totalmente falso, já comprovadamente falso.
Em seu pronunciamento, Maduro destacou que a Venezuela "é um país livre da produção de folha de coca, livre da produção de cocaína". Segundo ele, o país vai alcançar "100% de liberdade de passagem de um minúsculo 5% do narcotráfico que vem da Colômbia". Já o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que o envio crescente de meios militares dos Estados Unidos representa "uma ameaça militar ali no Caribe contra a Venezuela, contra a região, contra a América Latina, contra o Caribe".
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Novas mobilizações
Nesta sexta-feira, os Estados Unidos e Trinidad e Tobago — país caribenho localizado a poucos quilômetros do litoral da Venezuela — anunciaram que realizarão exercícios militares a partir deste domingo, com a mobilização de ativos militares americanos para o Caribe e as ameaças de Trump de usar a CIA em território venezuelano. Ainda na quinta-feira, as Forças Armadas da Venezuela realizaram exercícios militares em 73 pontos do litoral do país, enquanto o líder chavista fez um discurso pedindo que não houvesse uma "guerra louca", em discurso a apoiadores.
Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que ações terrestres serão o próximo passo das atividades americanas contra cartéis de droga no exterior e que as medidas contra o tráfico continuarão mesmo sem o Congresso aprovar primeiro uma declaração de guerra — segundo a Constituição dos EUA, o Legislativo é o único poder que formalmente pode emiti-la. Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump afirmou que o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, notificará o Congresso antes do início de qualquer operação por "terra", pontuando acreditar que "os legisladores provavelmente gostarão [do plano], com exceção de uns lunáticos da esquerda radical".
— Não vou necessariamente pedir uma declaração de guerra — disse Trump após ser questionado por um repórter sobre a possibilidade de fazer pedir uma declaração de guerra do Congresso. — Acho que vamos apenas matar pessoas que trazem drogas para o nosso país, certo? Vamos matá-las, sabe, elas estarão mortas.

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