Após decisão do rei Charles III, príncipe Andrew deve deixar o Royal Lodge: conheça a icônica mansão de Windsor; imagens
Até onde vai a queda de um príncipe? Essa é a pergunta que paira sobre Andrew, o terceiro filho da Rainha Elizabeth II, que agora se vê obrigado a deixar a mansão de 30 quartos onde vive desde 2003. O rei Charles III ordenou que o irmão entregue as chaves do Royal Lodge, uma das residências mais tradicionais da família real britânica, localizada em Windsor Great Park, a oeste de Londres. A medida marca mais um capítulo da derrocada de Andrew, envolvido no escândalo sexual que abalou a monarquia.
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De acordo com a CNN, o Palácio de Buckingham notificou oficialmente Andrew sobre o encerramento do contrato de arrendamento da propriedade, que pertence à Crown Estate, órgão que administra os bens da Coroa. O ex-príncipe deve se mudar para uma das casas da propriedade real de Sandringham, residência particular do rei Charles, “assim que for possível”.
A história da Royal Lodge
A Royal Lodge tem uma longa ligação com a monarquia britânica. Segundo a BBC, a propriedade existe desde o século XVII, embora tenha passado por inúmeras reformas ao longo dos séculos. No início dos anos 1800, George IV, então príncipe regente, transformou o local em um retiro de caça e, posteriormente, em um refúgio privado. A casa recebeu sucessivas gerações de membros da realeza, tornando-se um símbolo da continuidade da monarquia em Windsor.
Durante a década de 1930, o local foi praticamente reconstruído, preservando apenas uma parte do chalé original. Foi ali que a jovem princesa Elizabeth — futura rainha — viveu parte da infância ao lado dos pais, os então duques de York. Após a coroação de George VI, a família mudou-se para o Palácio de Buckingham, e a Rainha Mãe passou a residir na Royal Lodge até sua morte, em 2002.
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Segundo a CNN, o Royal Lodge ocupa uma área de 40 hectares, com jardins extensos, piscina, seis casas anexas e acomodações para a equipe de segurança. Andrew adquiriu o arrendamento do imóvel em 2003, pagando cerca de £1 milhão por um contrato de 75 anos, válido até 2078. Desde então, ele é responsável por toda a manutenção da propriedade.
A residência também abriga Sarah Ferguson, ex-esposa de Andrew, que continua a viver ali desde o divórcio. O local serviu de palco para momentos marcantes da família, como as celebrações dos casamentos das filhas do casal, as princesas Beatrice e Eugenie, realizados nos jardins da mansão.
A casa de bonecas da rainha
Entre os encantos do terreno está uma joia curiosa: Y Bwthyn Bach, que em galês significa “pequena casa”. Trata-se de uma miniatura com telhado de palha, presente do povo do País de Gales à então princesa Elizabeth em seu sexto aniversário. Em um documentário da BBC de 2012, The Diamond Queen, a princesa Beatrice descreveu o local como “a casa de bonecas mais glamourosa de todas”.
O espaço, restaurado sob supervisão da própria Beatrice, tem instalações completas — de móveis a louças e até uma geladeira dos anos 1930. Por gerações, serviu de refúgio lúdico para as crianças reais.
Durante os anos em que viveu na propriedade, Andrew realizou uma série de reformas aprovadas pelo Conselho Real de Windsor & Maidenhead, como pintura externa, nova pavimentação na entrada e instalação de câmeras de segurança. Também foram construídas dependências para os policiais que protegem o local.
A queda de Andrew
O afastamento de Andrew do Royal Lodge é consequência do escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, milionário acusado de tráfico humano e abuso sexual. Segundo a CNN, o rei Charles III decidiu retirar do irmão não apenas os títulos de “príncipe” e “alteza real”, mas também os privilégios ligados às residências reais.
As acusações contra Andrew vieram à tona em 2015, quando Virginia Giuffre afirmou ter sido forçada a manter relações com o então príncipe em diferentes propriedades de Epstein. Embora Andrew tenha negado as alegações, acabou fechando um acordo judicial nos Estados Unidos.
O caso causou desgaste à imagem da família real. Pressionado por aliados do próprio Palácio de Buckingham, Andrew abriu mão de suas funções oficiais em 2019 e, recentemente, renunciou aos títulos honoríficos que mantinha. Ainda assim, permanece na linha de sucessão ao trono — atualmente em oitavo lugar — e suas filhas continuam a ser tratadas como princesas.
De acordo com a BBC, a última vez que um membro da realeza britânica perdeu seus títulos foi há mais de um século, quando Charles Edward, neto da rainha Vitória, foi destituído por lutar ao lado da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. A decisão de Charles III, portanto, tem peso simbólico e histórico.
Em nota, o Palácio de Buckingham declarou que “Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais profundas condolências estiveram e continuarão com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso”.
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