Após começo avassalador, Brasil sofre com expulsão, mas garante vitória sobre campeã europeia Inglaterra por 2 a 1
O futebol sul-americano triunfou sobre o europeu na tarde deste sábado, em Manchester, na Inglaterra. O Brasil venceu as donas da casa por 2 a 1, mesmo com uma a menos em campo desde os 20 minutos do primeiro tempo, após um início excelente de jogo. Bia Zaneratto abriu o placar na partida que marcou seu retorno à seleção depois de um ano e meio, Dudinha ampliou, e Georgia Stanway descontou para as Leoas, atuais campeãs da Euro, de pênalti.
Foram duas partidas em uma. O Brasil entregou 20 minutos impecáveis no início do jogo, com um domínio total sobre a Inglaterra. Além da posse de bola, a Amarelinha tinha as melhores chances — que resultaram nos gols de Zaneratto e Dudinha —, e a goleira Lorena pouco foi acionada. Mas, na marca dos 21 minutos, a capitã Angelina levou um cartão vermelho direto quando derrubou Toone em posição clara de gol.
A partir daí, a situação se inverteu: as Leoas dominaram o duelo, impuseram seu ritmo, e coube à equipe comandada por Arthur Elias fazer de tudo para segurar a vantagem. Foram poucas oportunidades em que o Brasil conseguiu chegar à meta de Keating — e a goleira estreante de 21 anos demonstrou nervosismo em diversos momentos —, mesmo após as cinco substituições.
Mas o plano do treinador foi suficiente para segurar o resultado, e o Brasil voltou a vencer a Inglaterra após quatro anos, além de colocar fim a uma sequência de seis jogos das Leoas sem sofrer gols em partidas na Inglaterra. A vitória foi bastante comemorada pelas atletas, que foram até o setor visitante para festejar com os torcedores brasileiros que prestigiaram o duelo.
O jogo
Desde o início, o Brasil jogou a pressão para o lado das donas da casa. Diante de um público que lotou o Etihad Stadium, a seleção brasileira se organizou em uma linha alta de marcação, pressionando a saída de bola da estreante Keating — a titular, Hannah Hampton, lesionou o cotovelo durante os treinos para o amistoso. A estratégia deu certo: o Brasil se acostumou a jogar no campo de ataque, e aos 12 minutos, o caminho do gol se desenhou.
Duda Sampaio ficou com a sobra de uma bola rebatida e encontrou Bia Zaneratto de frente para o gol. Dudinha fez o pivô para proteger a companheira, e a Imperatriz teve liberdade para avançar com a bola antes de mandar para o fundo da rede de Keating. Aos 18, a Imperatriz devolveu a gentileza. Com o bico da chuteira, Angelina roubou uma bola no meio de campo, e a jogada seguiu com Bia, que avançou e passou para Dudinha na entradada da área. Ela não desperdiçou e ampliou a vantagem brasileira com um belo chute que bateu na trave antes de entrar no gol.
Mas quando tudo parecia favorecer o Brasil, uma falta mudou o rumo do jogo. Angelina impediu a corrida de Ella Toone, que avançava direto em relação ao gol quando foi derrubada perto da entrada da área. A juíza marcou a falta e expulsou a capitã brasileira, que passou a braçadeira para Lorena. A cobrança de Greenwood encontrou o travessão, e a Inglaterra ganhou novo ânimo para a partida e conseguiu levar a disputa para o campo brasileiro.
Sem Angelina por 30 minutos, a seleção brasileira sentiu a perda da capitã, especialmente no setor de criação. Na defesa, Tarciane e Isa Haas fizeram grande primeiro tempo e conseguiram frear o ímpeto ofensivo das Leoas, principalmente de Beth Mead e Alessia Russo. A zagueira do Lyon ainda teve uma boa chance já nos acréscimos, quando aproveitou a saída da goleira inglesa e cabeceou, mas a bola não encontrou o alvo.
Sem mudanças no intervalo, os times voltaram no mesmo registro, com a Inglaterra atacando e o Brasil buscando defender. Bia Zaneratto derrubou Beth Mead dentro da área e a juíza marcou pênalti, convertido por Georgia Stanway. Acostumada a buscar o resultado — saiu atrás nas quartas, na semi e na final da Euro —, a Inglaterra buscou o gol de empate incessantemente. Com Tarciane e Isa Haas com cartões amarelos, as atacantes tiveram mais liberdade para se movimentar dentro da área, e Lorena precisou trabalhar para fechar os espaços e impedir que as finalizações chegassem com perigo ao gol.
Arthur Elias fez quatro substituições de uma vez, levando novas laterais e zagueiras a campo, e sacando Zaneratto para a entrada de Ary, na tentativa de melhorar o meio de campo. Frescas, as substitutas ajudaram a equipe a recuperar o vigor físico, mas a insistência nas bolas longas só serviu para desperdiçar os poucos momentos em que a seleção teve a posse de bola. Aos 37, a Inglaterra chegou perto do empate com uma bomba de Stanway de fora da área que carimbou o travessão.
A partida foi tensa até os 51 minutos dos acréscimos, mas a seleção brasileira lutou até o fim e conseguiu sustentar a vitória. Agora, o Brasil viaja para Parma para o segundo compromisso na Europa. Na terça-feira, às 13h15 (de Brasília), a Amarelinha enfrentará a Itália, semifinalista da Euro, no Estádio Ennio Tardini.
Fonte original: abrir