
Apesar de viés de melhora, seis a cada dez brasileiros ainda creem que o país está no rumo errado, aponta pesquisa Ipsos
Aproximadamente seis a cada dez (59%) brasileiros entendem que o país está na direção errada (eram 58% em setembro), enquanto 41% pensam o contrário. É o que revela o relatório de outubro da pesquisa “What worries the world”, do instituto Ipsos. Embora a visão pessimista no Brasil ainda seja majoritária, ela está 7 pontos percentuais abaixo do pico deste ano, os 66% registrados em fevereiro. Para Marcos Calliari, CEO da Ipsos Brasil, “ainda é cedo para indicar uma tendência de melhora na percepção da população”.
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A média mundial no levantamento de outubro mostra que 63% acreditam que os países nos quais vivem estão na direção errada. Se, por um lado, apenas 19% têm uma visão pessimista em Singapura, 92% da população francesa pensa que a nação está no caminho incorreto.
No caso brasileiro, o relatório mostra que a área Crime e Violência manteve a liderança do ranking de maiores preocupações dos cidadãos, que está consolidada há quase dois anos. Em outubro, o relatório indica uma variação mensal negativa de 3 pontos percentuais, alcançando 40%. Em seguida, aparece Corrupção Política e Financeira, com 39%, uma oscilação positiva de um ponto percentual em comparação com setembro.
— O tema corrupção segue muito impulsionado pelas discussões da PEC da Blindagem, esquemas de corrupção envolvendo o PCC, e outras investigações como a fraude do INSS, que segue em curso, e o suposto esquema de corrupção para mineração ilegal que ganha cada vez mais destaque nas pautas da imprensa nas últimas semanas — avalia Calliari.
Os temores com a Saúde e com a Desigualdade Social dividem a terceira colocação, com 33% cada. Já o medo com relação aos impostos alcança 29% da população brasileira.
A pesquisa “What worries the world” foi realizada por meio de um painel on-line aplicado a 25.589 pessoas de 30 países, no período entre 18 de setembro e 3 de outubro. No Brasil, foram cerca de mil respondentes entre 16 e 74 anos.
O Ipsos pondera que, no país, a amostra não corresponde necessariamente a um retrato da população brasileira, mas sim a uma parcela mais "conectada", mais concentrada em centros urbanos e com poder aquisitivo e nível educacional mais elevados do que a média nacional.
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