
Além de falta de ligação entre ciclovias, estrutura se deteriora sem manutenção
Ciclistas voltaram a cobrar, nesta segunda-feira (20), mais atenção à manutenção e à integração das ciclovias de Campo Grande. A reivindicação foi feita durante audiência pública na Câmara Municipal, proposta pelo vereador Herculano Borges (Republicanos), da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Casa de Leis. Conforme Leco Ribas, do movimento Unidos pela Bike e porta-voz do grupo de ciclistas que sugeriu o debate, o principal problema enfrentado hoje é a falta de conservação das ciclovias já existentes. “É muito importante que novas ciclovias sejam construídas, mas a preocupação maior é com o perigo iminente de acidentes por falta de manutenção. Há buracos, ausência de iluminação, sinalização precária e trechos que não se interligam”, pontuou. Ele citou como exemplo a ciclovia da Avenida Cônsul Assaf Trad, que termina antes de chegar à rotatória do Bosque dos Ipês e apresenta diversos buracos. “Muitos ciclistas preferem pedalar no asfalto junto aos carros, o que aumenta o risco de acidentes. O Código de Trânsito permite que usemos a via, mas falta conscientização e campanhas educativas para que os motoristas respeitem o espaço e mantenham a distância de 1,5 metro”, completou Leco. Segundo a chefe da Divisão de Planejamento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Tainara Moreira dos Santos, o órgão trabalha em conjunto com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e há um projeto pronto para requalificação da ciclovia da Cônsul Assaf Trad, com melhorias de acessibilidade, recapeamento e dispositivos de segurança. “Sabemos que a infraestrutura cicloviária é cara, tanto para implantar quanto para requalificar, mas temos buscado recursos e mantido diálogo constante com os grupos de ciclistas”, afirmou. Ainda de acordo com Tainara, Campo Grande passou de 109 quilômetros de ciclovias em 2009 para 129 quilômetros atualmente. “O público tem cobrado melhorias nas existentes, mas não podemos recusar novos investimentos para expansão. Vamos continuar buscando recursos para requalificações”, disse. Ela destacou ainda que, em 2024, cinco ciclistas morreram na capital, enquanto neste ano não houve registro de óbitos em trechos cicloviários. O vereador Herculano Borges ressaltou que a audiência tem caráter oficial e todas as falas serão reunidas em um documento a ser encaminhado aos órgãos competentes. “Vamos monitorar e cobrar as devolutivas. O objetivo é transformar as demandas em ações concretas”, explicou. Para ele, o encontro é um espaço democrático de diálogo e construção coletiva. “A bicicleta é símbolo de saúde, economia e qualidade de vida. Precisamos de políticas públicas que garantam segurança e infraestrutura para quem pedala, promovendo um trânsito mais humano e uma cidade mais sustentável”, finalizou o parlamentar. No início deste mês, reportagem do Campo Grande News mostrou que a ciclovia construída pela Plaenge como contrapartida pela construção de um edifício em Campo Grande chama atenção pelo trajeto inusitado: são apenas 1,4 quilômetro que não levam a lugar algum. O percurso começa no cruzamento da Avenida Mato Grosso com a Rua Ceará e termina cerca de 20 metros antes da rotatória da Via Parque. Ou seja, quem espera seguir em direção ao Centro ou ao Parque dos Poderes vê o caminho interrompido antes do destino. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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