Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Um mês antes de partir, avó deu à neta presente guardado por 27 anos

28/10/2025 11:01 Campo Grande News - Política

Mesmo vinte anos após a morte da avó Evilásia, a lembrança dela continua viva na casa e no coração de Janaína Araújo, de 51 anos. Guardada com cuidado na cristaleira de casa, uma colher de pau , simples e já com marcas do tempo, virou o símbolo do amor entre as duas.  O objeto, esculpido pelo avô, Pedro, foi pedido por Janaína ainda na infância e chegou às mãos dela quase três décadas depois, enviado pela avó um mês antes de falecer. Além da lembrança, a colher carrega a delicadeza e a fé de uma mulher que manteve a família unida, costurou roupas até os últimos dias e deixou em cada gesto o exemplo de firmeza e doçura. “Sempre que sinto saudade, pego a colher, lembro dela e me emociono. É como se ela ainda estivesse aqui”, diz Janaína. A história começou quando ela tinha apenas 5 anos e passava os dias na cozinha da avó, observando cada movimento enquanto Evilásia preparava as refeições da família. “Eu sempre gostei de cozinha. Um dia vi a colher de pau que tinha sido feita pelo meu avô. Falei: ‘Vó, quando a senhora não quiser mais essa colher, me dá ela’. E ela respondeu que daria”, recorda. O tempo passou, a colher desapareceu da cozinha, e a menina cresceu sem coragem de perguntar o que havia acontecido. Vinte e sete anos depois, já adulta e grávida da primeira filha, Janaína recebeu uma caixa enviada pela avó com roupinhas para a bebê. Para a surpresa dela, junto com as roupas estava a colher.  “Um mês depois de me enviar o presente, ela faleceu. Acho que foi a forma que encontrou de se despedir de mim. Mesmo depois de tanto tempo, ela guardava a colher e nunca esqueceu o meu pedido de criança”, conta. Desde então, o objeto ocupa um lugar especial na casa de Janaína. Segundo ela, é o símbolo do vínculo entre gerações e da presença que não se apaga. “Eu passo a vida mostrando essa colher para amigos e familiares. É incrível como todos se emocionam com essa história”, comenta. Evilásia era uma mulher de fé e força. Era católica praticante e liderava a família com firmeza e ternura. Enquanto esteve por aqui, viu a família crescer com a chegada de sete filhos, onze netos e cinco bisnetos, que ela chegou a conhecer antes de partir. “Ela era aquela avó de antigamente, um exemplo pra todos. Lembro dela costurar pra toda a família. Arrumava roupa até de filho que já era casado e fazia tudo com prazer", detalha a neta. Para Janaína, uma das maiores saudades são as receitas que a avó preparava. “Ela fazia canja, farofa d’água, cuscuz, feijão verde... Tudo com aquele toque nordestino que a gente sente tanta falta”, relembra. Natural do Rio Grande do Norte, Evilásia se mudou para Campo Grande ainda jovem com o marido e, por aqui, construiu a história da família. A casa onde morou ainda existe e permanece com duas filhas, que dedicaram a vida a cuidar dos pais. “Cada vez que entro lá, sinto a presença dela. É uma paz enorme", descreve Janaína. No dia 1º de novembro completam-se 20 anos da partida de Evilásia. Para a neta, a data é mais uma oportunidade de lembrar, com carinho, a mulher que ensinou sobre amor, fé e delicadeza e que deixou, em uma simples colher de pau , o maior símbolo de tudo o que construiu. “Essa colher me faz lembrar quem ela era. Uma mulher que, mesmo sem estar aqui, continua me ensinando todos os dias”, finaliza. Acompanhe o  Lado B  no Instagram @ladobcgoficial , Facebook e  Twitter . Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp  (67) 99669-9563 (chame aqui) . Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .

Fonte original: abrir