Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Terras raras: décadas para produzir e extremamente poluente

27/10/2025 11:15 Campo Grande News - Política

A China deu o troco nas taxas exorbitantes de Trump. Ambas potencias mapearam suas forças e as debilidades e estão utilizando os chamados “pontos de estrangulamento” para dobrar o braço do oponente. A China encontrou nas terras raras sua alavanca para rebater Trump. Determinou controles e burocratizou a exportação das terras raras. As restrições determinadas por Pequim proíbem a exportação desses minerais para uso militar. Para a construção de ímãs, carros elétricos e placas solares, a burocracia, a quantidade de informação que os demais países terão de fornecer aos chineses são tão pormenorizadas que tornarão lentas milhares de fábricas ocidentais. BYD sim, Ford não. O fator burocrático facilita a escolha chinesa. Eles darão certamente esses minerais para a BYD chinesa e dificultarão sua aquisição para empresas norte-americanas como a Ford, ou as alemãs, maiores produtoras de ímãs. Um avião consome 400 quilos de terras raras. Ucrânia perderá. Para os EUA, as terras raras são imprescindíveis na industria armamentista. Não se pode construir um caça F-35 sem o uso de 400 quilos de terras raras. Nem um submarino sequer será construído. Os projéteis teleguiados ficarão aguardando as terras raras para voarem. Será assim que a Rússia vencerá a Ucrânia. Os russos receberão as terras raras e os europeus não terão acesso a elas, levando a um colapso no fornecimento de armas para o abastecimento ucraniano. 13 milhões de desempregados na indústria automobilística europeia. O golpe mais duro levarão dois tipos de indústrias do mundo ocidental. O avanço na eletrificação e descarbonização sofrerão duro baque. Toda a tecnologia verde necessita de terras raras. Os automóveis em geral, e especialmente os carros elétricos norte-americanos e europeus ficarão parados as linhas de produção. Já está faltando terras raras na Europa e só as fabricas de elétricos emprega 13 milhões de operários. Revólveres na mesa. Soja e terras raras: o duelo. China e EUA colocaram seus revólveres sobre a mesa. O Brasil não fez o diagnóstico correto de qual seria o seu. Não sabe ao certo qual o instrumento anti coerção que pode usar. Pelo contrário, fala em negociar suas terras raras com os EUA sem entender bem do assunto. E pode ser o grande perdedor do confronto dos maiorais norte-americanos e chineses quanto à compra de soja. A China não está comprando a soja norte-americana… por enquanto. Décadas para produzir. No melhor dos casos, as possíveis industrias de terras raras levarão décadas para produzir. A China está a 40 anos subsidiando suas indústrias de terras raras. Seus enormes investimentos nesse produto levaram o governo chinês a perder bilhões de yuans para conseguirem ótimos refinos. O autêntico gargalo é o refinamento desses materiais e não sua existência - eles existem em muitos países. Em alguns casos há formação de resíduos radioativos e só os chineses sabem como resolver esse seríssimo problema. E sem refino esses minerais são inúteis. O IBAMA dificilmente permitirá o refino. Se as pesquisas para verificar a existência comercial de petróleo na Foz do Amazonas levou mais de uma década, para o refino de terras raras levará pelo menos duas. As regras meio ambientais levam a exploração desse material para a inviabilidade econômica. E de onde o Brasil tirará os bilhões de dólares necessários para viabilizar essa exploração? Na primeira década, pelo menos, uma fabrica de terras raras trabalha no vermelho. Só a Austrália parece ter condições de explorar. Em 2010, quando a China colocou restrições para a venda de terras raras para o Japão, os nipônicos foram à Austrália encontrar uma saída. A dependência do Japão das terras raras chinesas passou em 15 anos de 90% para 60%. O fato é que a Austrália resolveu investir nas montanhas de terras raras da Malásia para viabilizar um mínimo desse produto para o Japão. A única esperança é que somente a Indonésia e o Brasil são países alternativos, onde o refino de terras raras pode prosperar daqui a décadas. Mas ainda assim, terá de descobrir onde jogar os resíduos. A China está levando para Mianmar esses materiais altamente contaminantes.

Fonte original: abrir