Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Sora: por que o app de vídeos da OpenAI gerou tanto burburinho e como ele funciona

14/10/2025 14:01 O Globo - Rio/Política RJ

Este conteúdo faz parte da newsletter IAí?, que existe para te guiar no universo da inteligência artificial. Assine aqui para receber toda terça-feira no seu e-mail.
Com um gerador de vídeos por inteligência artificial e uma rede social ao estilo TikTok, a OpenAI tenta repetir o feito de emplacar, pela segunda vez, uma IA entre os aplicativos mais acessados do mundo. A nova investida responde pelo nome de Sora, palavra japonesa para “céu".
Ainda restrito aos EUA e ao Canadá, e só acessível por convite, o app chegou a 1 milhão de downloads em cinco dias — ritmo mais rápido que o do ChatGPT após o lançamento. Na mesma velocidade, a ferramenta também inundou as redes com uma nova safra de vídeos de IA, marcados por uma marca d’água que entrega a origem.
Initial plugin text
Criar um vídeo já era simples na versão anterior do Sora via web. Agora, a atualização aprimora a coerência das imagens e a relação com som, entre outros avanços. Usar o próprio rosto para criar também é mais simples (e realista).
Por enquanto, a maior parte do conteúdo fica entre memes, experimentos visuais e paródias de humor. Mas não demorou muito até que o movimento reacendesse o debate sobre os limites éticos que a ferramenta cruza - e o quanto a OpenAI parece disposta a cruzar essas linhas.
Pais deveriam monitorar uso do ChatGPT pelos filhos? Especialistas dizem que sim
Abaixo, entenda como funciona o app do Sora e também o barulho (e as críticas) após a atualização. Para fechar, um mini guia sobre quem é quem no universo competitivo das IAs que geram e editam vídeos.
1. Sora: uma rede social e um 'ChatGPT’ de vídeos
Para quem não tinha ouvido falar do Sora antes, vale lembrar que a OpenAI testa o modelo há algum tempo. A primeira apresentação dele foi feita em fevereiro de 2024, mas ainda em fase de testes e sem acesso público.
A demonstração chamou atenção pela qualidade cinematográfica das imagens e fez os concorrentes correrem para reagir - caso do Google, que lançou o Veo2 e depois o Veo3. Em dezembro, o Sora enfim foi lançado com uma versão pública, ainda restrita à web e com uma série de limitações.
Quer receber a newsletter de IA no seu e-mail? Inscreva-se no cardápio do GLOBO
O que a OpenAI fez no último dia 30 foi um movimento duplo: lançou uma versão mais potente do modelo, chamado Sora 2, e também um aplicativo, em que usuários geram vídeos de até 10 segundos e acompanham (no estilo TikTok) o que outros estão fazendo. Também é possível usar rostos de amigos ou celebridades nas criações, além de facilmente criar cenas com a própria imagem e voz. O recurso que é uma espécie de “upload de si mesmo” é chamado de “cameos".
Símbolo do aplicativo Sora, lançado pela OpenAI
Reprodução/OpenAI
Ao explicar o avanço técnico do modelo, a OpenAI citou que o Sora 2 tem “capacidades mais avançadas de simulação de mundo", incluindo de movimentos físicos que antes não eram possíveis de ser criados com realismo - como movimentos mais complexos na água. Na parte de áudio, a criação de cenas com áudios foi aprimorada.
Na camada social, os vídeos podem ser remixados e publicados por outras pessoas - algo parecido com o Vibes, app lançado pela Meta dias antes. O app, no entanto, vai além: ao criar uma versão digital de si mesmo, o tal “cameo”, o usuário pode autorizar que amigos usem sua imagem, para gerar memes ou cenas em que aparecem juntos, por exemplo.
2. Por que muita gente não está feliz com o app (e com a OpenAI)
Uma das novidades do Sora a facilitar a “injeção” de elementos da vida real nos vídeos. Isso significa que é possível usar imagens verdadeiras para gerar as cenas de IA - o vídeo de um grupo de amigos pode ser usado para fazer essas pessoas estarem em outro lugar em outro contexto, por exemplo.
Segundo a OpenAI, essa capacidade se aplica a pessoas, animais e objetos. Mas esse terreno da personalização acessível (o app é gratuito) também tem elevado os debates sobre uso ético de imagem, sobretudo quando envolve figuras públicas e direitos autorais.
Testamos o Modo IA do Google: veja o que muda e por que a Web está em alerta
Um dos debates mais fortes envolveu a “ressuscitação” de pessoas com a IA, após vídeos (alguns deles ofensivos) de figuras como Robin Williams, Michael Jackson, Tupac Shakur e Martin Luther King Jr. As cenas geraram reação de familiares. Zelda Williams, filha do ator, pediu publicamente que parassem de enviar recriações do pai, chamando-as de exploração emocional.
Imagem do app do Sora, com as chamadas: "Coloque você e seus amigos nos vídeos"; "Dê o seu toque aos vídeos com o recurso"; Conecte-se com amigos e colaboradoresde remix."; ""
Reprodução/Sora
Os questionamentos também se voltaram para violação de direitos autorais, após a circulação livre de vídeos de personagens como o Pokémon e heróis da Disney. Estudos acusaram o Sora de violar propriedade intelectual.
A repercussão levou a OpenAI a anunciar que permitiria que representantes de pessoas falecidas e detentores de direitos autorais pediss

Fonte original: abrir