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São Paulo transforma coleta de resíduos em exemplo de sustentabilidade

31/10/2025 15:20 O Globo - Rio/Política RJ

Com ações reconhecidas internacionalmente, São Paulo se tornou referência entre as cidades que mais avançam na agenda climática. A capital foi destaque pela implementação de políticas ambientais inovadoras no relatório da C40 — rede global de cidades comprometidas com o combate à crise ambiental — divulgado em setembro, durante a Semana do Clima de Nova York.
Entre as medidas que simbolizam o compromisso da Prefeitura de São Paulo com o desenvolvimento sustentável, está o investimento na modernização da coleta de resíduos urbanos, que já conta com quase 200 veículos elétricos e movidos a biometano. A iniciativa faz parte do Pacote Verde dessa gestão, que também inclui o plantio de árvores, a criação de florestas urbanas e a substituição de ônibus a diesel por modelos de energia limpa.
As concessionárias Loga e Ecourbis, responsáveis pela coleta domiciliar na capital, já operam caminhões de carga lateral e carretas movidos ao combustível renovável. Eles são utilizados na coleta regular de resíduos comuns e recicláveis, além do transporte do lixo proveniente dos serviços de saúde.
A automação do processo, feita por meio de um braço robótico presente nos caminhões, elimina o contato direto dos coletores com os resíduos, reduzindo risco de acidentes e exposição a doenças, além de otimizar o tempo das operações, tornando o processo mais seguro e eficiente.
— Eles emitem muito menos poluentes e têm muito menos ruído, o que traz mais conforto para coletores, motoristas e para a própria população. São Paulo está na vanguarda brasileira na gestão e tratamento de resíduos, e esse modelo certamente servirá de inspiração para outras cidades – afirma João Manoel da Costa Neto, diretor-presidente da SP Regula, agência reguladora de serviços públicos da Prefeitura.
Energia que nasce do descarte
O biogás captado nos aterros sanitários é tratado e transformado em biometano, que passa a abastecer os caminhões de coleta — um modelo de economia circular que transforma o lixo em energia limpa. De acordo com Costa Neto, o impacto dessa mudança é concreto.
– Cada caminhão evita o consumo de 35 mil litros de óleo diesel por ano, portanto, uma importante contribuição para a meta de descarbonização de São Paulo – explica.
Frota de veículos sustentáveis conta com triciclos e quadriciclos projetados para circular em vielas e ruas estreitas
Marcelo Pereira/ Secom
A frota também conta com triciclos e quadriciclos que têm autonomia de até oito horas, o equivalente a um turno de trabalho, e capacidade para coletar entre 280 kg e 500 kg de resíduos, respectivamente.
Projetados para circular em vielas e ruas estreitas dentro das comunidades, por onde os caminhões não conseguem passar, eles garantem que o serviço chegue a toda a população sem emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para a sustentabilidade.
A adoção dessa política por energia limpa por parte das concessionárias integra as novas exigências da Prefeitura na renovação dos contratos de limpeza urbana.
Atualmente, São Paulo conta com 198 veículos movidos a energias alternativas e esse número irá aumentar significativamente nos próximos anos: serão 571 em 2028, o que contribuirá com as metas do Plano de Ação Climática da capital, que prevê redução das emissões de gases do efeito estufa até 2030, e até 2050, zerar as emissões.
Cidade amplia cobertura da coleta seletiva
O serviço está presente nos 96 distritos da capital, com cerca de 6 mil funcionários e 842 veículos em operação. A concessionária Loga é responsável pelo agrupamento Noroeste (Centro, Norte e Oeste), enquanto a Ecourbis atende o agrupamento Sudeste (Sul e Leste).
O material reciclável é destinado a 29 cooperativas habilitadas pelo Programa Socioambiental de Coleta Seletiva, garantindo 100% do lucro e gerando renda para cerca de 940 famílias.
Os resíduos não aproveitados seguem para as Centrais Mecanizadas de Triagem Carolina Maria de Jesus, em Santo Amaro, Zona Sul, e Ponte Pequena, no Bom Retiro, região central, ambas operadas pela cooperativa Coopercaps. Lá, os materiais passam por triagem, prensagem e comercialização em leilão eletrônico, com metade do lucro revertido às cooperativas.

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