
Republicano linha dura e crítico de Lula: quem é Marco Rubio, secretário de Trump que se reúne com chanceler brasileiro
Designado pelo presidente americano Donald Trump para conduzir as negociações acerca do tarifaço e de outras sanções contra o Brasil, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, é um republicano trumpista da linha dura e já publicou críticas ao governo Lula em suas redes sociais.
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne nesta quinta-feira com Rubio para discutir o assunto. A conversa marca o início de uma tentativa de reaproximação entre Brasília e Washington depois de meses de tensões diplomáticas e comerciais.
Rubio é um dos pontos de interlocução direta do blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vivem nos Estados Unidos e buscam fazer lobby a favor de sanções americanas contra o governo brasileiro e autoridades por uma suposta perseguição a Jair Bolsonaro. O secretário de Estado já se reuniu pessoalmente com a dupla em Washington.
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À frente da secretaria que trata das relações diplomáticas dos Estados Unidos com o mundo, Rubio se notabiliza por seu perfil ideológico alinhado com a extrema direita trumpista, apesar de já ter criticado Trump no passado. Político com base eleitoral na Flórida, licenciou-se do cargo de senador para assumir a secretaria de Estado no início do segundo mandato do presidente americano.
Filho de imigrantes cubanos que deixaram o país ainda antes da Revolução cubana, em 1956, o republicano adota uma retórica anti-imigração. Político desde os anos 2000, Rubio foi eleito deputado por quatro mandatos e senador por três. Notabilizou-se como opositor ferrenho das políticas do governo democrata de Barack Obama e, em 2015, tentou disputar as prévias republicanas à presidência. Derrotado, apoiou a nomeação de Donald Trump como candidato republicano, mas já criticou o que chamou de “retórica e comportamento ofensivos” de Trump em 2016.
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Rubio é um dos membros do governo Trump que mais fez declarações públicas contundentes contra o governo brasileiro, envolvendo o que chamou de “caça às bruxas” supostamente promovida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No mês passado, o secretário criticou publicamente, em suas redes sociais, a condenação de Bolsonaro pela Primeira Turma do STF. Ele disse que “as perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam”, tendo mencionado a condenação a Bolsonaro. Disse, também que os EUA respondem “de forma adequada a essa caça às bruxas”.
Em uma entrevista em 15 de setembro ao canal Foz News, Rubio se referiu aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como "juízes ativistas" e disse, sem citar nominalmente Alexandre de Moraes, que o magistrado tentou "impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos".
Nos últimos meses, Rubio anunciou nas redes sociais uma série de medidas contra autoridades brasileiras, como a cassação de vistos e a inclusão de Alexandre de Moraes no âmbito da Lei Magnitsky, que decreta o bloqueio financeiro a violadores de direitos humanos.
Em julho, após a divulgação do tarifaço contra o Brasil que entrou em vigor em 3 de agosto, o secretário de Estado disse que Trump havia deixado claro que "responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”.
Apesar da retórica, Rubio nunca citou nominalmente o presidente Lula em suas postagens ou declarações acerca do Brasil.
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