
PSDB anuncia data de filiação de Ciro Gomes e propõe candidatura ao governo do Ceará
O diretório do PSDB no Ceará anunciou, neste domingo, a data de filiação do ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes, que comunicou sua saída do PDT nesta semana. Segundo o partido, Ciro vai oficializar seu ingresso no PSDB na manhã desta quarta-feira, em cerimônia em um hotel de Fortaleza.
Ciro já fez parte do PSDB na década de 1990, quando se elegeu governador do Ceará pelo partido. O retorno dele ao partido foi articulado pelo ex-senador tucano Tasso Jereissati, seu antigo aliado no estado. Procurada pelo GLOBO, a assessoria de Tasso confirmou a filiação de Ciro e disse que o ex-senador estará presente no evento desta quarta-feira.
Na sexta-feira, o presidente do diretório cearense do PSDB, Ozires Pontes, já havia agradecido publicamente Tasso "por convencer Ciro a fazer essa escolha". O dirigente tucano também projetou que Ciro estará nas urnas em 2026:
"Em poucos dias, ou poucos meses, o próprio Ciro estará anunciando a candidatura dele ao governo do estado do Ceará", afirmou Ozires, em vídeo publicado nas suas redes sociais.
A entrada de Ciro no PSDB foi celebrada por antigos adversários no Ceará. O ex-deputado Capitão Wagner (União), que já concorreu à prefeitura de Fortaleza e ao governo contra aliados de Ciro, afirmou que a "oposição (estará) forte e unida" no estado em 2026, contra o atual governador Elmano de Freitas (PT).
Ciro estava filiado ao PDT desde 2015, e disputou as eleições presidenciais de 2018 e de 2022 pelo partido. Em 2018, ele teve o melhor desempenho do partido em uma corrida ao Palácio do Planalto desde Leonel Brizola em 1989, e ajudou o PDT a eleger 28 deputados federais, a maior bancada do partido no pós-Brizola.
Já em 2022, Ciro angariou apenas 3% dos votos na corrida presidencial, seu pior resultado, e a representação do PDT na Câmara caiu para 17 deputados, também um recorde negativo para o partido no período.
Em entrevistas recentes, Ciro havia declarado estar "infeliz" com o fato de o PDT ter entrado na base do PT nos governos federal e do Ceará. Crítico frequente do governo Lula, Ciro também mostrou desagrado com o que classificou como "fritura" de Lupi na crise do INSS, que levou o dirigente pedetista a ser demitido do Ministério da Previdência.
Embora tenha acenado com uma aposentadoria da política após o resultado nas eleições de 2022, Ciro vem acalentando nos últimos meses a possibilidade de encabeçar uma candidatura de oposição ao PT no ano que vem, seja a nível estadual ou nacional.
No Ceará, um dos principais aliados de Ciro e ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também deixou o PDT neste ano e anunciou sua filiação ao União Brasil. Antes do anúncio do PSDB, o partido também era tido como um possível destino para Ciro. O ex-ministro participou, em agosto, de um evento que anunciou a federação entre União Brasil e PP, em Brasília.
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