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Pessoas em busca de longevidade estão tomando suplementos de NAD+. Eles funcionam?

24/10/2025 14:34 O Globo - Rio/Política RJ

As células do nosso corpo se decompõem naturalmente à medida que envelhecemos, dificultando a recuperação de doenças e lesões na terceira idade. E se você pudesse tornar suas células mais resistentes a danos para evitar esse declínio?
Essa é a ideia por trás do aumento de NAD+, uma terapia de longevidade da moda. O dinucleotídeo de nicotinamida adenina, ou NAD+, é uma molécula encontrada em todas as células e essencial para reparar danos, gerar energia e promover a cicatrização.
Os níveis de NAD+ diminuem com a idade, e alguns cientistas acreditam que aumentar esses níveis por meio de infusões ou suplementos pode potencialmente retardar o processo de envelhecimento. No entanto, alertam que os tratamentos não são regulamentados e, em grande parte, não são comprovados.
Pesquisas em camundongos apoiam fortemente o uso de algumas terapias que aumentam o NAD+ para um envelhecimento saudável, de acordo com Daniel Craighead, professor assistente de fisiologia do exercício na Universidade de Minnesota, que estudou o NAD+. Ele ressalta que os cientistas não sabem se as terapias atualmente no mercado melhoram significativamente a expectativa de vida ou a saúde em humanos.
— A literatura é muito escassa sobre longevidade e longevidade. A ciência é quase inexistente — ecoou Jonas Thue Treebak, professor associado do Centro de Pesquisa Metabólica Básica da Fundação Novo Nordisk da Universidade de Copenhague.
Isso não impediu que pessoas — incluindo influenciadores e especialistas em longevidade como David Sinclair e celebridades como Joe Rogan — experimentassem os tratamentos.
O que os pesquisadores sabem até agora
Níveis de NAD+ abaixo de um certo limite estão correlacionados a um risco maior de disfunção de órgãos e tecidos, segundo Shin-ichiro Imai, professor de medicina ambiental na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis.
Muitos especialistas que estudam o NAD+ também têm laços financeiros associados. Por exemplo, Imai recebe royalties sobre patentes de alguns produtos relacionados ao NAD+. Mas os cientistas ainda estão debatendo se o declínio do NAD+ realmente acelera o processo de envelhecimento ou se está apenas associado a ele.
— Não acho que se possa dizer que há ou não evidências de que o NAD+ impulsiona o processo de envelhecimento — afirma Eduardo Chini, professor de farmacologia que dirige um laboratório de pesquisa metabólica na Clínica Mayo em Jacksonville, Flórida.
Chini tem uma patente sobre um medicamento que bloqueia uma proteína associada à quebra do NAD+, mas disse que não apoiava o uso desses tipos de inibidores ou terapias até que ensaios clínicos em larga escala comprovassem seus benefícios.
Além de tentar entender melhor o papel da molécula no envelhecimento, os pesquisadores estão investigando a melhor maneira de aumentar seus níveis no corpo.
O reforço de NAD+ é um termo genérico para diversas terapias de longevidade atualmente disponíveis no mercado. Estas incluem infusões ou comprimidos de NAD+, bem como tratamentos que utilizam moléculas menores, chamadas "precursores", que se convertem em NAD+ quando ingeridas. Entre elas, estão o mononucleotídeo de nicotinamida, ou NMN, e o ribosídeo de nicotinamida, conhecido como NR.
Muitos especialistas acreditam que a molécula NAD+ é grande demais para ser absorvida pelas células e que os precursores têm mais potencial para o antienvelhecimento.
As primeiras evidências sobre o aumento de NAD+ em camundongos (incluindo um estudo no qual o Imai trabalhou) mostraram que os roedores que receberam tratamentos com NMN viveram mais e permaneceram mais saudáveis ​​do que aqueles que não receberam os tratamentos, embora alguns estudos sugiram que os efeitos podem variar de acordo com o sexo.
Os estudos em humanos foram muito pequenos e os resultados, modestos. Uma análise de estudos focados na terapia com NMN para melhorar a saúde metabólica concluiu que infusões e suplementos orais apresentaram pouco ou nenhum benefício. Outro conjunto de estudos utilizando uma variedade de precursores encontrou leves melhorias na função celular e redução da inflamação.
Pequenos estudos focados especificamente no aumento do NAD+ em idosos e em pessoas com condições de saúde específicas demonstraram mais benefícios. Um estudo de 12 semanas com 60 indivíduos descobriu que o NMN melhorou ligeiramente a qualidade do sono de adultos saudáveis ​​na faixa dos 70 e 80 anos. Outro estudo com duas dúzias de mulheres pré-diabéticas descobriu que o NMN melhorou a sensibilidade à insulina, mas os pesquisadores observaram os indivíduos apenas por mais de 10 semanas.
— Em humanos, não foram realizados estudos que mostrem que elevar os níveis de NAD+ em idades jovens pode prevenir a perda de NAD+ à medida que envelhecemos — comenta Treebak.
Tratamentos e riscos
Clínicas de longevidade oferecem infusões intravenosas semanais ou quinzenais, cobrando valores altos por sessão, e varejistas vendem comprimidos para serem tomados diariamente ou semanalmente, a partir d

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