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Ondas de calor causarão meio milhão de mortes por ano

14/10/2025 09:13 A Tarde - Política

As ondas de calor, que cada vez mais estão frequentes, podem causar cerca de 500 mil mortes por ano em todo o mundo, caso os países não se adequem às mudanças climáticas. A informação é do Carlos Nobre, um dos mais importantes cientistas do mundo na área do climaDe acordo com o especialista, o Brasil e o mundo ainda estão longe de estar preparados para enfrentar os impactos cada vez mais frequentes dos eventos extremos relacionados ao clima, como as enchentes históricas e devastadoras do Rio Grande do Sul em 2024, mas afirmou que, entre os fenômenos climáticos, as ondas de calor são as que mais levam a mortes.Só neste ano, as altas temperaturas foram responsáveis por ao menos 16,5 mil mortes na Europa entre junho e agosto, segundo um estudo preliminar publicado em setembro pelo Imperial College London e pela London School of Hygiene & Tropical Medicine, em colaboração com cientistas do Instituto Meteorológico Real da Holanda e das universidades de Copenhague e Berna.


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Os pesquisadores usaram dados de 854 cidades, que representam 30% da população europeia. Segundo os autores, o excesso de mortalidade se deve a um aumento médio das temperaturas a 2,2 °C durante o verão europeu, com picos que atingiram 3,6 °C.Sinal vermelho para o BrasilNo Brasil, Nobre alerta para o fato de que a vulnerabilidade é ainda maior devido à falta de infraestrutura adequada para lidar com o calor. Ele citou que apenas 20% a 22% das residências brasileiras têm ar-condicionado, e que “pouquíssimas cidades possuem áreas verdes suficientes para reduzir a temperatura”.Os eventos climáticos extremos causados pela chuva também gera um alto risco ao país, observa o especialista, como o ocorrido em abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul. A maior tragédia registrou mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas em 478 municípios, com centenas de mortes e desaparecidos.Estudos do Serviço Geológico Nacional (Semadem) mostram que milhões de brasileiros vivem em áreas de altíssimo risco, expostos a deslizamentos, inundações e enxurradas provocadas por chuvas intensas, como as registradas em território gaúcho.Para o cientista, o país precisa repensar suas políticas habitacionais como prevenção à crise climática. “Nós temos que criar, vamos dizer assim, aquele programa 'Minha Casa, Minha Vida', que o Brasil criou muito bem há algum tempo atrás, devia ser 'Minha Casa Sustentável para Salvar Minha Vida” , sugeriu.

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