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O que a neurociência diz sobre pessoas perfeccionistas — e por que algumas sofrem mais

20/10/2025 05:01 A Tarde - Política

Dizer que alguém é perfeccionista é comumente um elogio por seu rigor e detalhismo. Mas esse traço da personalidade também pode trazer sofrimento, quando paralisa as pessoas diante dos erros e desafios cotidianos. “A forma como lidamos com falhas está diretamente ligada à arquitetura cerebral e ao autoconceito”, afirma o neurocientista Fabiano de Abreu, um dos autores de um estudo inédito que explora as bases neurobiológicas do perfeccionismo.Realizada em parceria com o psiquiatra Flávio H. Nascimento, a pesquisa mostra que o equilíbrio químico no nosso cérebro é determinante para definir se o perfeccionismo será adaptativo ou prejudicial. E está diretamente relacionado à presença ou ausência de dois neurotransmissores ligados ao prazer, compensação e equilíbrio: a dopamina e o glutamato, em determinadas regiões cerebrais.Nessa entrevista exclusiva, o doutor Fabiano explica como o mecanismo funciona e como manter o equilíbrio é fundamental para aprendermos a tirar proveito da autocrítica e crescer com os fracassos. Para isso, é preciso apostar em um estilo de vida mais saudável - sono adequado, exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada e técnicas como meditação e pensamento otimista - e, quando necessário, recorrer à psicoterapia.Outro aspecto mostrado no estudo é a influência do ambiente em que crescemos, que podem potencializar o lado ruim do perfeccionismo. “Crianças expostas a críticas constantes, validação condicional e cobrança excessiva internalizam padrões de desempenho como condição para o afeto. Isso gera um modelo mental rígido, em que errar equivale a falhar como indivíduo”, alerta o cientista.



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Como a ciência define o perfeccionismo?O perfeccionismo é reconhecido cientificamente como um traço multidimensional da personalidade, com manifestações que oscilam entre a adaptabilidade e a disfuncionalidade. Neurobiologicamente, ele se ancora em estruturas como o córtex cingulado anterior (ACC) e o córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC), responsáveis pelo controle executivo, monitoramento de erros e tomada de decisões. Quando essas regiões operam de forma equilibrada, o perfeccionismo pode ser funcional. No entanto, alterações neuroquímicas, como baixos níveis de dopamina e excesso de glutamato na amígdala, podem converter esse traço em um fator de risco para sofrimento psíquico. Temos caso de uma mulher perfeccionista, psicóloga, que precisou de tratamento, só para se ter uma ideia.Quando o perfeccionismo traz benefícios e quando ele prejudica o nosso bem-estar?O perfeccionismo torna-se benéfico quando há regulação emocional eficiente e flexibilidade cognitiva. Nesses casos, a pessoa mantém padrões elevados sem se paralisar diante de falhas, que são interpretadas como oportunidades de crescimento. Por outro lado, quando associado à hiperatividade da amígdala e desregulação de neurotransmissores como dopamina e serotonina, o perfeccionismo assume uma forma mal-adaptativa ou desadaptativa, como é mais com

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