
Ministro Barroso está saindo do STF para ser feliz
Ministro Barroso está saindo do STF para ser feliz
A famosa discussão entre os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso em 2018, quando o atual presidente da Corte disse ao colega que ele era "uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia", foi o ápice de uma divisão que marcou uma era.
Durante muitos anos, o STF viveu sob o signo das votações apertadas: seis a cinco. Nunca se sabia de antemão de que lado estaria o “seis” e de que lado o “cinco”. Mas, então, veio Jair Bolsonaro. E, com ele, uma ofensiva sistemática contra o Supremo.
Ministro Luís Roberto Barroso.
Victor Piemonte/STF
A partir dali, ministros antes distantes se uniram pela sobrevivência institucional. E em torno de um propósito: resistir. Em seu discurso de aposentadoria, nesta quinta-feira (9), Barroso disse que a vida o afastou de Gilmar Mendes e depois o aproximou.
Nos últimos anos, Barroso foi um dos principais alvos dos ataques bolsonaristas, antes de Alexandre de Moraes assumir o posto.
Ao anunciar sua aposentadoria antecipada, oito anos antes do limite, Barroso afirmou que não guarda mágoas. Ainda assim, ficou a impressão de que ele está saindo do Supremo, para ser feliz.
"Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, que nem sei se estão definidos. Não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais a vida que me resta, sem as disposições, obrigações e exigências públicas do cargo — com mais literatura e poesia", foi o que Barroso disse em seu discurso.
Foram anos duros para quem veste a toga e carrega a responsabilidade de decidir sob holofotes, pressões e ameaças. Passou a ser perigoso ser ministro do Supremo.
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