Livro "A Face Cruel da Ditadura" será lançada na XI Bienal do Livro de Alagoas
Jornalista alagoano Pedro Oliveira lança livro sobre a Ditatura Militar.
Divulgação
Na programação da XI Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que acontece entre os dias 31 de outubro e 9 de novembro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, a Editora Sorian lançará o livro “A Face Cruel da Ditadura”, de autoria do jornalista e escritor alagoano Pedro Oliveira, articulista político da Gazeta de Alagoas e colunista em sites e jornais de circulação nacional.A obra é o primeiro volume de uma trilogia intitulada “Repressão Nunca Mais”, que resgatará fatos do período da repressão militar no Brasil. Alguns episódios foram vividos pelo autor como jornalista; outros, como testemunha direta dos abusos praticados pelos agentes da ditadura, tanto em sua atuação na imprensa de São Paulo quanto em Alagoas.Como surgiu a ideia de escrever os livros que formam a trilogia “Repressão Nunca Mais”?Serão três livros que retratam os horrores da ditadura: torturas, mortes e perseguições. Senti que devia essa história aos leitores, aos colegas jornalistas que foram perseguidos, torturados e mortos, e também aos familiares dessas vítimas — muitos dos quais nem sequer sabem onde estão os corpos de seus entes queridos.Algum fato específico motivou essa decisão, mesmo tantos anos depois?Com certeza. O desastroso governo de Jair Bolsonaro e os rumos tomados por seus seguidores fanáticos despertaram minha indignação. Ver jovens pedindo a volta da ditadura, militares da ativa tentando minar a democracia, quartéis servindo de abrigo a extremistas e o próprio presidente incentivando tudo isso me alertou para o perigo iminente. A tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2024 foi o ponto de virada. Logo depois, comecei a escrever “A Face Cruel da Ditadura”, o primeiro livro. Durante o processo, novas pesquisas me levaram à concepção dos outros dois volumes da trilogia Repressão Nunca Mais.Você já pode revelar quais serão os próximos livros? Quando estarão prontos?
"A Face Cruel da Ditadura" é o primeiro volume da trilogia "Repressão Nunca Mais".
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Os dois volumes seguintes estão em fase adiantada, com pesquisas em arquivos públicos e fontes confiáveis. Enfrento a dificuldade de não ter patrocínio — o projeto é, na prática, autofinanciado. Apesar disso, pretendo lançar quatro livros em 2026, sendo dois deles os próximos volumes da trilogia.O segundo será “Dom Hélder Câmara, o bispo que enfrentou a ditadura”, que aborda a vida e a luta do arcebispo contra a exclusão social e a perseguição política. Dom Hélder foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz mais de uma vez, mas teve sua candidatura barrada por interferência da ditadura. No exterior, foi a figura brasileira mais respeitada de sua época.O terceiro livro será “Dilma Rousseff: da tortura ao poder”, um tributo à primeira mulher presidente do Brasil. Dilma cometeu erros e foi afastada por impeachment, numa manobra política articulada inclusive por seu vice. Mas foi uma vítima emblemática do regime militar: presa, brutalmente torturada e encarcerada por anos. Reconstruiu sua vida na democracia e chegou ao cargo mais alto do país.Dado o perfil dos seus livros, você se considera um escritor de esquerda?Acho esse debate de “esquerda” e “direita” no Brasil uma grande piada. O que importa é lutar por um país com moradia, emprego e renda digna para todos. Infelizmente, os senhores que estão na Câmara e no Senado pensam apenas em “emendas Pix” e outras manobras para lucrar mais. Aqui, não há esquerda nem direita — há um grupo político contra um povo, em sua maioria, inerte e alienado.Como é sua relação com o PT?Tenho pouca convivência com o PT nacional. Conheço alguns dirigentes e conversamos bem, pessoalmente ou virtualmente, quando estou em Brasília. Mas o PT de Alagoas não gosta de mim — e os motivos são claros. Critico, com razão, atitudes irresponsáveis, como o uso indevido do Fundo Eleitoral. Faço críticas duras porque sei que ali há um bando de oportunistas.Trechos selecionados da obra“A luta pela justiça e pela verdade é um chamado à ação. Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença, seja através da educação, da mobilização social ou da defesa dos direitos humanos. Ao honrarmos a memória das vítimas, reafirmamos nosso compromisso com a justiça e a dignidade humana.”“É essencial que não deixemos que as lições do passado se percam no esquecimento. A memória dos que sofreram e lutaram deve ser um guia constante. Ao honrarmos suas histórias, reafirmamos nosso compromisso de não permitir que atrocidades semelhantes se repitam.”“O arcabouço legal da repressão instaurado pela ditadura militar foi um dos pilares da brutalidade do reg
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