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John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump e hoje opositor, é acusado por uso indevido de informações confidenciais

16/10/2025 23:20 O Globo - Rio/Política RJ

O diplomata veterano John Bolton, de 76 anos, ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Donald Trump, foi acusado nesta quinta-feira por um grande júri federal de 18 crimes de transmissão e retenção de informações confidenciais. Ele é o terceiro adversário do republicano a ser alvo de acusações criminais nas últimas semanas.
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Questionado sobre o que pensava sobre isso, Trump disse aos repórteres que seu ex-aliado é um “cara mau” e “é assim que as coisas são”.
Na acusação de 26 páginas, a justiça afirma que ele compartilhava documentos ultrassecretos por e-mail com duas “pessoas não autorizadas” que não foram identificadas, mas acredita-se que sejam sua esposa e sua filha.
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O Departamento de Justiça assegura que os documentos “revelavam informações de inteligência sobre futuros ataques, adversários estrangeiros e relações de política externa”.
Cada uma das acusações acarreta uma pena máxima de 10 anos de prisão.
Opositores na mira
O avançar do processo contra Bolton segue-se à recente apresentação de acusações criminais pelo Departamento de Justiça de Trump contra outros dois críticos proeminentes do magnata — a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, e o ex-diretor do FBI, James Comey.
Letitia foi acusada por um grande júri na Virgínia em 9 de outubro sob alegações de fraude bancária e falsas declarações relacionadas a uma propriedade que ela comprou em Norfolk, Virgínia, em 2020. Ela, que processou Trump por fraude financeira, e venceu, rejeitou as acusações como “infundadas” e as descreveu como “retaliação política”.
Veja também: Tribunal elimina multa de meio bilhão de dólares contra Trump em caso de fraude
Já Comey, de 64 anos, se declarou inocente em 8 de outubro das acusações de fazer declarações falsas ao Congresso e de obstruir um processo parlamentar. Seu advogado disse que vai tentar que o caso seja arquivado, alegando que se trata de uma acusação vingativa e seletiva.
Trump chegou a instar publicamente a procuradora-geral, Pam Bondi, em uma postagem nas redes sociais, a tomar medidas contra James, Comey e outros que ele considera inimigos, em uma escalada de sua campanha contra adversários políticos. Embora o presidente não tenha mencionado Bolton especificamente na postagem no Truth Social, ele já atacou seu ex-assessor no passado e retirou sua equipe de segurança logo após assumir o cargo em janeiro.
Crítico de longa data do regime iraniano, Bolton era um falcão da Segurança Nacional e recebeu ameaças de morte de Teerã.
Como parte da investigação sobre Bolton, agentes da polícia federal dos Estados Unidos (FBI) invadiram sua casa nos subúrbios de Maryland e seu escritório em Washington em agosto.
'Inadequado para ser presidente'
Bolton atuou como conselheiro de Segurança Nacional de Trump em seu primeiro mandato e, posteriormente, irritou o governo com a publicação de um livro altamente crítico, “The Room Where it Happened” ("A sala onde tudo aconteceu", em tradução livre). Desde então, ele se tornou um detrator altamente visível e combativo de Trump, aparecendo frequentemente em programas de notícias para condenar o homem que ele chamou de “inadequado para ser presidente”.
Ao assumir o cargo em janeiro, Trump tomou uma série de medidas punitivas contra supostos inimigos, expurgando funcionários do governo que considerava desleais, visando escritórios de advocacia envolvidos em casos anteriores contra ele e retirando financiamento federal de universidades.
Depois que Trump deixou a Casa Branca em 2021, James moveu uma grande ação civil por fraude contra ele, alegando que ele e sua imobiliária haviam inflado sua riqueza e manipulado o valor de propriedades para obter empréstimos bancários ou condições de seguro favoráveis.
Um juiz do estado de Nova York ordenou que Trump pagasse US$ 464 milhões (R$ 2,5 bilhões), mas um tribunal superior removeu a penalidade financeira, mantendo a sentença original.
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Os processos contra Letitia e Comey foram movidos pela procuradora federal Lindsey Halligan, escolhida a dedo por Trump, depois que o promotor anterior renunciou, alegando que não havia provas suficientes para acusá-los.
Nomeado para chefiar o FBI pelo então presidente Barack Obama em 2013, Comey foi demitido por Trump em 2017, em meio à investigação sobre se algum membro da campanha presidencial de Trump havia conspirado com Moscou para influenciar as eleições de 2016.
Trump foi acusado de manusear indevidamente documentos confidenciais após deixar a Casa Branca e de conspirar para reverter os resultados das eleições de 2020.
Nenhum dos casos chegou a julgamento, e o procurador especial Jack Smith — em consonância com a política do Departamento de Justiça de não

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