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Israel identifica corpos de quatro reféns devolvidos pelo Hamas, e Exército abre fogo contra suspeitos em Gaza

14/10/2025 11:48 O Globo - Rio/Política RJ

Autoridades de Israel concluíram o processo de identificação dos quatro reféns mortos devolvidos pelo grupo terrorista Hamas na segunda-feira, à medida que o retorno dos restos mortais de outros reféns permanece como uma das incertezas do plano de paz para a região. As Forças Armadas de Israel abriram fogo dentro da Faixa de Gaza, alegando aproximação de suspeitos na linha de recuo onde as tropas se posicionaram para a primeira fase do acordo, enquanto conflitos entre grupos armados palestinos foram registrados em partes do enclave.
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O Exército israelense anunciou em um comunicado que os quatro corpos foram identificados em um processo conduzido pelo Instituto Médico Legal, pela Polícia de Israel e pelo Rabinato Militar. Foram confirmados os nomes de Guy Illouz e Bipin Joshi — este último, um cidadão nepalês que trabalhava em um kibutz no sul do país. As identidades dos outros dois mortos não foram divulgadas, por falta de autorização das famílias, informaram os militares. O Hamas havia informado que os outros dois corpos como sendo de Yossi Sharabi, de 53 anos, e de Daniel Peretz, de 22.
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"De acordo com as informações e a inteligência disponíveis, Guy Iluz, de abençoada memória, foi ferido e sequestrado com vida após fugir da festa Nova para a área de Tel Gama, pelo grupo terrorista Hamas. Guy faleceu em cativeiro em decorrência de seus ferimentos, após não receber tratamento médico adequado", detalhou o comunicado das FDI. "Bipin Joshi, de abençoada memória, cidadão do Nepal, foi sequestrado aos 23 anos de idade de um abrigo antibombas no Kibutz Alumim, também pelo grupo terrorista Hamas. A avaliação é de que ele tenha sido assassinado em cativeiro nos primeiros meses da guerra".
A devolução dos corpos dos reféns mortos está incluída nos termos negociados por Israel e Hamas no Egito, mas já era esperada alguma demora, uma vez que o grupo palestino informou previamente que não tinha a localização exata de todos eles, após mais de dois anos de guerra. O Ministério da Defesa israelense afirmou nesta terça-feira que a demora na entrega configuraria uma violação — embora o Comitê Internacional da Cruz Vermelha indique que o processo deve ser lento.
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Em uma nota à imprensa, a organização internacional afirmou que estava garantindo que o transporte ocorresse em condições dignas, com a disponibilização de veículos refrigerados e outras medidas do tipo. Contudo, um porta-voz da organização revelou que a localização dos corpos seria um desafio.
— É um desafio ainda maior do que libertar as pessoas vivas. É um desafio enorme — Christian Cardon, citado pela agência britânica Reuters, acrescentando que a entrega poderia levar dias ou semanas, e que há a possibilidade de que eles nunca sejam encontrados.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicou nesta terça-feira que mais de 80% dos edifícios na Faixa de Gaza foram destruídos ou danificados ao longo da guerra. Na Cidade de Gaza, principal centro urbano do enclave, a situação é ainda pior: com 92% das edificações afetadas. A estimativa é de que 55 milhões de toneladas de escombros precisam ser removidas.
Plano de retirada das Forças de Israel em Gaza
Editoria de Arte / O Globo
Novas agressões
Enquanto o cumprimento dos termos dos acordos não se completa, tropas israelenses continuam estacionadas dentro da Faixa de Gaza, atrás de uma linha pré-determinada. Embora o país tenha se comprometido a não renovar ataques até que se cumpra a fase inicial do acordo e as negociações para implementação dos demais pontos do acordo de 20 pontos sobre Gaza, soldados israelenses abriram fogo contra alvos suspeitos nesta terça.
Em um comunicado, o Exército israelense afirmou que um número indeterminado de pessoas cruzou o limite definido para permanência das tropas e se aproximou dos soldados, não respondendo às tentativas de remoção. Os militares confirmaram ter efetuado disparos, mas rejeitaram que uma infiltração terrorista nas linhas de defesa tivesse ocorrido.
"As FDI pedem aos residentes de Gaza que obedeçam às instruções e não se aproximem das forças implantadas na área", diz o comunicado.
Autoridades de saúde palestinas afirmaram que seis pessoas foram mortas em incidentes separados no enclave nesta terça-feira. (Com AFP)

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