Inspirada na mãe, professora coordena projeto que dá aulas de reforço gratuitas para crianças em RO

Dia dos professores
Criado a partir do coração unido de uma comunidade, um projeto sem fins lucrativos tem transformado a rotina das crianças do bairro Três Marias, na zona Leste de Porto Velho. Coordenado pela pedagoga Nlay Anjos, de 25 anos, o Contraturno Tameon: Aprendendo Brincando é mantido totalmente por voluntários.
Nlay se inspira na própria mãe, professora há muitos anos, que ainda hoje é reconhecida com carinho pelos ex-alunos do bairro. Ver esse mesmo afeto se repetir com as crianças do projeto é, para ela, a maior recompensa.
“Pensar que as crianças estão todos os dias conosco, que essa convivência gera trocas e deixa marcas profundas, é o que dá sentido a tudo isso”, comenta.
Pedagoga Nlay Anjos e aluna
Arquivo Pessoal
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O projeto foi idealizado por Rosalina Moreira durante a pandemia, quando ela percebeu que muitas crianças do bairro não estavam frequentando a escola e apresentavam déficits educacionais. Tudo começou com um menino chamado Juscelino, que aos 11 anos ainda não sabia ler.
“Ele avançava de série, mas não conseguia acompanhar. Comecei a alfabetizá-lo em casa, do zero, ensinando o alfabeto, sílabas simples e complexas, até que ele conseguisse ler”, lembra Rosalina.
Nos anos seguintes, o projeto passou a ocorrer aos sábados e atendia mais de 10 crianças. Em 2024, o Contraturno se expandiu e começou a receber crianças do bairro Três Marias três vezes por semana, com voluntários diferentes a cada dia.
Em 2025, o projeto ganhou força e passou a funcionar cinco dias por semana. Nlay, que atuava como voluntária nos anos anteriores, foi contratada como professora fixa para acompanhar e coordenar as atividades das crianças diariamente, com o apoio de professores voluntários.
Atualmente, a escola oferece aulas de Português, Matemática, Educação Financeira, Filosofia, Justiça Socioambiental, Artes e Educação Física, além de momentos de leitura, além de atividades devocionais com histórias lúdicas.
O Contraturno Tameon conta hoje com 15 alunos e 20 voluntários, entre professores e auxiliares de serviços gerais.
Para Nlay, essa é uma missão que mostra que ser professora vai além de ensinar conteúdos, é deixar marcas profundas.
“O professor tem essa característica de se tornar um marco na vida das pessoas. A gente se lembra daqueles que nos fizeram repensar, que nos ensinaram coisas que nunca mais esquecemos. Ser lembrado dessa forma, como alguém que ensinou algo novo ou que fez uma criança sonhar com uma realidade diferente, é o que realmente vale a pena”, conta.
Alunos e voluntários do Contraturno Tameon – Aprendendo Brincando
Arquivo Pessoal

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