Governo vai criar delegacia contra crime organizado em projeto de lei, diz secretário da Receita Federal
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta sexta-feira que o governo do presidente Lula vai tentar viabilizar a criação da delegacia contra o crime organizado na Receita Federal. Segundo ele, as mudanças serão incluídas em um projeto de lei que será enviado pelo Executivo ao Congresso.
Barreirinhas explicou que os dispositivos para criação da delegacia estavam incluídas na MP alternativa ao aumento do IOF, que não foi apreciada pelo Congresso, e perdeu sua validade.
— Como não foi apreciada, estamos inserindo isso em algum outro projeto de lei, para ser aprovado neste ano e podermos avançar nisso. Mas planejamos instalar essas delegacias todas ainda neste ano — disse em entrevista coletiva.
Outras dez delegacias de repressão a organizações criminosas também seriam criadas neste âmbito, e espalhadas entre os territórios do país.
A Receita Federal divulgou nesta sexta-feira o balanço do fim da Operação Fronteira, contra o contrabando e o tráfico de mercadorias. Segundo o governo, as ações resultaram na apreensão de R$ 160 milhões em mercadorias ilegais. A Receita ainda diz que esse valor pode aumentar, após uma reavaliação do total a ser pago em tributos por esses produtos contrabandeados.
Em entrevista coletiva a jornalistas nesta sexta, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, destacou a coordenação entre os órgãos e o número de mil pistolas apreendidas pelas ações realizadas entre 20 e 31 de outubro.
— É algo que normalmente não revelamos na Receita (número de armas apreendidas), mas entendemos que neste momento que se discute tanto apreensão de armas, entendemos que é mais importante do que apreender a arma que está na mão do bandido é impedir que ela chegue na mão dos criminosos — disse, sem mencionar diretamente a operação policial realizada nos complexos da Penha e Alemão.
O discurso do secretário é alinhado com a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem adotando uma postura crítica à operação no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes.
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