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'Excede a capacidade do Estado do Rio de Janeiro', afirma porta-voz da PM sobre confronto entre facções rivais na região da Pedreira e do Chapadão

27/10/2025 15:29 O Globo - Rio/Política RJ

Ao falar sobre a guerra entre bandidos dos complexos da Pedreira (Terceiro Comando Puro) e do Chapadão (Comando Vermelho), na Zona Norte da capital, nesta madrugada, que deixou dois moradores e dois suspeitos mortos, a porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudia Moraes afirmou que a situação "excede a capacidade do Estado do Rio de Janeiro". Em entrevista à Rádio CBN, a oficial defendeu uma integração com forças de segurança federais para tentar conter o a violência gerada pelo tráfico de drogas.
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— Não interprete mal a minha fala. A Polícia Militar, as forças de segurança vêm trabalhando muito e duramente. A gente vem trabalhando todos os dias. O que eu estou deixando muito claro é que essa situação que estamos enfrentando nessa região, principalmente nesse confronto de facções criminosas, excede a capacidade do Estado do Rio de Janeiro — disse a tenente-coronel.
A oficial frisou que a PM está fazendo o seu trabalho diariamente, realizando apreensões de fuzis:
— Ali é uma área onde a presença do policiamento vai desde buscar proteger a integridade física das pessoas até o combate a roubo de veículo, roubo de carga, roubo a transeunte. O roubo de veículo rapidamente pode evoluir para um latrocínio, a gente sabe disso. Essa questão da integração do estado com as forças federais... esses fuzis entram por algum lugar, a droga também não é fabricada aqui, ela chega aqui. A gente está combatendo o efeito, mas para trabalhar na causa é preciso de muito mais atores nesse contexto.
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Claudia Moraes destacou que o 41º BP (Irajá) — responsável pelo policiamento no Chapadão e na Pedreira — é o que mais apreende fuzis no estado. Mas isso, afirmou, não é motivo de orgulho.
— A gente não se orgulha de um resultado desse porque se a gente está apreendendo muito é porque tem muito. Entram por fronteiras, por outras áreas. E tirar essas armas das mãos dos criminosos não é uma coisa simples. Não é uma questão de pedido de socorro. É um alerta para o país. O que acontece no Rio de Janeiro pode ser referência para outros estados. Para se ter uma ideia, esse ano em Pernambuco apreendeu 18 fuzis. Isso a gente apreende em uma semana no Rio de Janeiro — disse.
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De acordo com a tenente-coronel, o policiamento segue reforçado na região do Chapadão e da Pedreira, com uma ocupação por tempo indeterminado nos acessos às comunidades.
Morte de refém
Sobre a morte de Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, que teve a casa invadida por um traficante do CV que se perdeu, Claudia Moraes lamentou o episódio. A mulher foi atingida por um tiro na cabeça após bandidos do TCP metralharem a residência. Quando a PM chegou, negociou a rendição do criminoso e encontrou Marli já ferida. A oficial voltou a citar uma integração:
— O que aconteceu com a dona Marli é para a gente lamentar profundamente. É isso que os criminosos fazem, colocam a população como refém. Eles utilizam as UPAS como pontos de vendas de drogas, eles utilizam a população, usam os serviços como uma espécie de escudo humano para se proteger e atuar livremente. Essa situação da invasão dessa casa e a outra facção vai até lá para confrontar o criminoso, colocando essas pessoas em risco, e que culminou com a morte da moradora em sua residência, mostra como isso é complexo. Não é simples, não existe bala de prata, não existe solução única. A integração é o primeiro caminho, o primeiro passo. A gente não pode resolver da noite para o dia um cenário que se estabelece há mais de 40 anos.
A porta-voz destacou a proximidade da Pedreira e do Chapadão como fator que facilita esse cenário de guerra.
— O que a gente vê é isso: essa tentativa de domínio territorial. Ali naquela região você tem de um lado o Chapadão e, de outro, a Pedreira, cada um com uma facção. E é uma área muito próxima, então esses criminosos conseguem rapidamente acessar a área de um e do outro. A Polícia Militar faz o seu trabalho de policiamento ostensivo mas é um cenário muito complexo e que a gente sempre diz o seguinte: a presença do fuzil, desses armamentos de guerra, de granadas não é uma questão banal, não é uma questão trivial. Esses equipamentos entram no Brasil. A gente precisa de um esforço grande para que a gente consiga enfrentar esse problema, que não será a Polícia Militar sozinha que irá resolver — afirmou.
UPA de Costa Barros
Sobre a reabertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Costa Barros, que ficou fechada por cerca de um mês por questões relacionadas à segurança e foi reaberta na manhã desta segunda-feira, Claudia citou a necessidade da p

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