EUA e Equador descartam instalar uma base militar em Galápagos
Washington e Quito descartaram instalar uma base militar americana nas ilhas equatorianas de Galápagos como parte de uma ofensiva contra o narcotráfico no Pacífico, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Equador, Daniel Noboa. O mandatário, um dos principais aliados do governo de Donald Trump na região, havia proposto recentemente localizar uma base estrangeira na ilha Baltra, em meio a fortes críticas de opositores e ambientalistas pelo efeito destrutivo que poderia causar em sua fauna e flora excepcionais.
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— Baltra está descartada — expressou em entrevista ao canal Teleamazonas Noboa, que tenta endurecer as leis para enfrentar as diversas gangues do narcotráfico.
Por iniciativa de Noboa, os equatorianos decidirão em um referendo no dia 16 de novembro se permitem bases militares estrangeiras no país, o que está proibido na Constituição desde 2008.
— (Estão) tentando desviar a atenção (dizendo) que vamos afetar os ecossistemas em Galápagos — acrescentou sobre o arquipélago localizado a 1.000 km do continente.
Segundo o presidente, a decisão foi tomada em conjunto com a secretária americana de Segurança Nacional, Kristi Noem, que retornará a Quito na próxima quarta e quinta-feira, três meses após sua primeira visita.
— As duas possíveis bases ou um dos dois locais serão Manta, ou Salinas — disse ela, se referindo aos balneários localizados na costa continental. — (Neles) há uma maior prioridade no tráfico de armas, no tráfico de combustíveis, no tráfico de drogas — precisou.
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O debate sobre as bases estrangeiras ocorre em meio à ofensiva militar dos Estados Unidos no Pacífico e no Caribe com ataques mortais contra supostas embarcações de narcotráfico, uma estratégia apoiada por Noboa.
Manta foi sede durante uma década de uma base militar americana para voos antidrogas até 2009, enquanto Salinas foi junto com Baltra parte da estratégia militar de Washington na Segunda Guerra Mundial. Em ambos os balneários, há instalações das Forças Armadas do Equador.
Noboa afirmou que o Equador também dialogou com França e Reino Unido sobre “a importância de ter presença (militar estrangeira) fronteiriça” com a Colômbia (norte), principal produtor mundial de cocaína, e com o Brasil para criar uma polícia amazônica que opere a partir da selva equatoriana para combater o crime organizado nessa região.
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