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Estados Unidos têm perdas recordes por desastres naturais no primeiro semestre

22/10/2025 16:13 O Globo - Rio/Política RJ

Eventos climáticos extremos nos Estados Unidos causaram perdas recordes no primeiro semestre de 2025, revelou nesta quarta-feira um banco de dados histórico sobre o assunto. Ele foi descartado pelo governo Donald Trump e reativado pelo cientista responsável. No total, 14 desastres climáticos entre janeiro e junho causaram US$ 101,4 bilhões em danos ajustados pela inflação, embora 2025 como um todo possa não atingir um recorde devido a uma temporada de furacões no Atlântico mais amena do que o normal.
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As descobertas mostram que os incêndios florestais de Los Angeles foram provavelmente os mais custosos da história, com perdas seguradas chegando a US$ 60 bilhões. Isso foi seguido por uma série de tempestades no centro e sul dos Estados Unidos, incluindo vários tornados destrutivos. Essa contagem recorde pode nunca ter sido publicada, já que o monitoramento dos desastres climáticos mais custosos foi abruptamente interrompido em maio pelo governo Trump.
O banco de dados, mantido desde 1980 pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), foi vítima de cortes orçamentários significativos após o retorno do republicano à Casa Branca em janeiro.
Essa decisão, percebida como ideológica devido à ofensiva de ceticismo climático liderada por Trump, foi condenada por democratas e organizações ambientais, mas também por especialistas responsáveis ​​pela avaliação de riscos no setor de seguros.
"Este conjunto de dados era simplesmente importante demais para deixar de ser atualizado, e o apelo por sua reativação veio de todos os setores da sociedade", disse à AFP Adam Smith, que dirigiu o banco de dados por 15 anos.
O climatologista, que se demitiu da NOAA em maio devido a um ambiente científico "cada vez mais difícil", desde então tem se dedicado a dar continuidade a esse trabalho na ONG Climate Central, com diversos especialistas em meteorologia, economia e até mesmo gestão de riscos.
Smith espera expandir o banco de dados no futuro para incluir desastres naturais que causam menos de US$ 100 milhões em danos, atualmente não contabilizados, para refletir melhor "o impacto considerável na vida e no sustento das pessoas" de eventos menores.

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