Enem 2025: Leia redações-modelo escritas por professoras especialistas
Domingo, 9 de novembro, é dia de Enem 2025. Nesta primeira etapa, os mais de 4,8 milhões de inscritos enfrentarão duas provas objetivas (as outras duas serão no dia 16) e a redação. Para inspirar os candidatos às vésperas do exame, O GLOBO convidou quatro professoras a escreverem redações-modelo, a partir de temas por elas sugeridos.
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Os textos atendem às cinco competências avaliadas no Enem (domínio da escrita formal da língua portuguesa; compreensão da proposta e aplicação de conhecimento para desenvolver o tema em texto dissertativo-argumentativo; organização de informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a argumentação; proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos).
As professoras utilizaram referências para embasar seus argumentos, incluindo menções a livros e obras audiovisuais. Mas vale ressaltar que a Cartilha da Redação deste ano traz um alerta sobre o chamado “repertório de bolso” – expressão usada para se referir a referências prontas, memorizadas e frequentemente utilizadas, de forma genérica e pouco aprofundada, sem conexão genuína com o tema proposto.
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De acordo com o documento, se os avaliadores perceberem que o repertório foi inserido de forma decorada, automática ou forçada, a nota da redação pode cair. Para evitar que isso aconteça, o estudante deve escolher referências que realmente tenham relação com o tema e articular o repertório com as ideias utilizadas para defender seu ponto de vista.
Confira as redações-modelo, seguidas dos comentários das professoras. Esse material é parte do Projeto Enem, canal digital que publica conteúdos gratuitos com dicas e orientações para os alunos. A iniciativa é realizada pelo GLOBO com patrocínio do Elite e da plataforma Amplia.
Tema 1: Impactos do excesso de telas em jovens e adolescentes
No episódio “Nosedive”, da série “Black Mirror”, é retratada uma sociedade obcecada por aparências digitais, em que a validação social depende de curtidas e avaliações virtuais. Essa ficção reflete uma preocupação contemporânea: o uso excessivo de telas entre jovens e adolescentes e os impactos disso nesse público. No Brasil, tal fenômeno tem provocado consequências psicológicas e sociais relevantes, como isolamento, ansiedade e prejuízo nas relações presenciais. Assim, é necessário discutir os reflexos do uso excessivo de dispositivos digitais na juventude, decorrentes da lógica de hiperconectividade e da ausência de mediação familiar e educacional eficaz.
Tendo isso em vista, observa-se que a conectividade contínua e excessiva estimula a busca constante por aprovação e pertencimento, especialmente nas redes sociais. Prova disso é que, segundo a psicóloga Sherry Turkle, na obra “Alone Together” (“Sozinhos Juntos”), a tecnologia, ao mesmo tempo que conecta, distancia, pois substitui o contato real pela interação mediada por telas. Entre adolescentes, essa dinâmica intensifica a insegurança e a comparação social, fatores associados ao aumento de casos de depressão e ansiedade, conforme defende a especialista. Desse modo, o uso desmedido de telas contribui para o adoecimento emocional e para a fragilização dos vínculos interpessoais, refletindo a dependência da imagem digital como medida de valor pessoal, o que põe os afetados em risco iminente.
Ademais, a ausência de orientação adequada agrava o problema. Por exemplo, o ambiente escolar e familiar, muitas vezes, não acompanha o ritmo tecnológico dos jovens, permitindo o uso indiscriminado de telas desde a infância. Tal contexto fica claro no documentário “O Dilema das Redes” (2020), que revela como algoritmos são programados para prender a atenção dos usuários, estimulando a dependência digital e reduzindo o interesse por interações reais. Assim, o tempo gasto em redes sociais e jogos online substitui atividades intelectuais, culturais e físicas, afetando o rendimento escolar e o desenvolvimento social. Tal cenário evidencia a carência de medidas educacionais e familiares que promovam o uso consciente da tecnologia.
Portanto, é imprescindível mitigar os impactos do uso excessivo de telas entre jovens e adolescentes. Para isso, o Ministério da Educação, responsável por formular políticas públicas e diretrizes para o ensino básico no país, deve implementar programas de educação midiática e digital nas escolas, por meio de palestras, oficinas e campanhas interativas, com o objetivo de orientar sobre o uso equilibrado das tecnologias e fortalecer a convivência presencial. Além disso, as famílias devem ser incentivadas a estabelecer limites e momentos livres de telas, promovendo o diálogo e
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